Lula diz que tarifaço se trata de "debate político com teor ideológico"
Segundo presidente, intuito dos Estados Unidos é "destruir o multilateralismo"
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, nesta quarta-feira (13), que o tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump tem um "teor ideológico".
"Todo mundo sabe que nós somos do bem, todo mundo sabe que a gente não quer brigar com ninguém, a gente faz concessões, mas a gente não merecia isso [...] Nós estamos em um debate que não é econômico, é um debate político. É um debate político com teor ideológico, a razão pela qual o presidente americano anuncia punir o Brasil por causa do ex-presidente", afirmou durante o anúncio do plano de contingência para auxiliar os setores mais afetados pela tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos.
"Se ele conhecesse a verdadeira história, ele estaria dando parabéns à Suprema Corte brasileira por estar julgando alguém que tratou de bagunçar a democracia brasileira", complementou o presidente.
Como justificativa do tarifaço, Donald Trump, presidente dos EUA, citou o que considera como "perseguição, intimidação, assédio, censura e processo politicamente motivado" contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que é réu no Supremo Tribunal Federal no âmbito da trama golpista de 2022.
Plano de contingência
Nesta manhã, Lula assinou uma medida provisória, que cria uma linha de crédito para liberar R$ 30 bilhões para empresas brasileiras afetadas pelo tarifaço imposto pelos Estados Unidos. As tarifas foram anunciadas em julho e entraram em vigor no dia 6 de agosto.
A MP estabelece um conjunto inicial de medidas para mitigar os impactos econômicos com três eixos principais: financiamento, compras públicas e revisão tributária.
O plano de contingência, anunciado uma semana depois da oficialização das tarifas, autoriza a Receita Federal a fazer o adiamento de cobrança de impostos para as empresas mais afetadas pela alíquota de 50%.
De acordo com o governo federal, será adiado o pagamento dos próximos dois meses para as empresas mais afetadas.
A partir de agora, a medida que busca ajudar os empresários afetados pela sobretaxa será analisada pelo Congresso Nacional.


