Lula fala com Macron e manifesta preocupação sobre cenário internacional

EUA e Rússia discutem acordo para resolução de guerra, mas ucranianos e europeus estão fora da mesa de negociação

Marina Demori e Henrique Sales Barros, da CNN, Brasília e São Paulo
Lula (e) e Macron (d) conversaram sobre a necessidade de solução para o conflito na guerra da Ucrânia  • Ricardo Stuckert/PR
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conversou por telefone com o presidente da França, Emmanuel Macron, no começo da tarde desta terça-feira (18).

Na conversa, Lula manifestou "preocupação com o cenário internacional" e conversou sobre guerra da Rússia na Ucrânia, segundo nota do Ministério das Relações Exteriores.

A ligação entre os líderes acontece em um momento em que Estados Unidos e Rússia iniciaram conversas sobre uma resolução para o fim da guerra em território ucraniano.

A Ucrânia e os líderes europeus não têm sido incluídos, por ora, nas discussões entre Donald Trump, Vladimir Putin e seus auxiliares.

Na ligação, Macron "reconheceu a importância da contribuição de atores como o Brasil para a busca de uma solução para o conflito na Ucrânia".

Lula e Macron concordaram que a solução para a guerra deve incluir a "participação de todas as partes envolvidas no conflito".

Nos dois primeiros anos de seu mandato, Lula buscou colocar o Brasil como ator de mediação entre Ucrânia e Rússia.

Com declarações como "cada um vai ter que ceder um pouco" e "a decisão da guerra foi tomada por dois países", porém, Lula acabou fomentando críticas por parte do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que já chamou a posição do brasileiro de "fraca".

Antes da ligação com Macron, Lula recebeu o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, em Brasília. Ao se despedir do chefe de Estado português, Lula disse a jornalistas que tinha um “telefonema urgente”.

Em janeiro, Lula e Macron já tinham conversado por telefone, e concordaram que Brasil e Europa "sigam trabalhando juntos para impedir que a disseminação de fake news coloque em risco a soberania dos países, a democracia e os direitos fundamentais de seus cidadãos".

No telefonema, Lula confirmou que vai visitar a França em junho, para uma visita de Estado e para participar da Conferência das Nações Unidas sobre o Oceano.