Macedo chama rumores de saída do governo de “cerco político” e “fofoca”

Ministro diz que o presidente Lula não falou sobre o assunto, e que vê especulações como parte da natureza da política

Taísa Medeiros, da CNN, Brasília
Márcio Macêdo, ministro da Secretaria Geral  • Reprodução
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O ministro da Secretária-geral da Presidência da República, Márcio Macedo, classificou como “cerco político” a possibilidade de deixar o comando da pasta.

“Esse é um cerco político desde o início, já vai na nona onda”, disse, em entrevista a jornalistas no Palácio do Planalto. “Não tem nenhuma mágoa, não tem sentimento ruim, estou muito feliz fazendo o que estou fazendo [...] Fica no campo do cerco político, da fofoca política”, resumiu.

Macedo destacou que, apesar das especulações, nunca houve qualquer conversa nesse sentido com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O ministro afirmou ver com naturalidade a possibilidade de mudanças, ressaltando que o cargo é prerrogativa do presidente.

“Nunca teve discussão sobre isso, o presidente nunca tratou comigo de saída do ministério. Mas compreendo que é da natureza da política. [...] Já são nove vezes que dizem que eu vou sair, eu tenho isso bem resolvido na minha cabeça”, afirmou. A declaração foi dada após anúncio de liberação de verbas para municípios da bacia do Rio Doce, em Minas Gerais e no Espírito Santo.

O ministro também disse que não tem “projeto pessoal” e que está satisfeito no exercício da função.

“Eu não tenho um projeto pessoal, eu sou de um projeto coletivo, eu era deputado federal na eleição anterior e não fui para reeleição para ajudar a coordenar a campanha do presidente Lula. O meu projeto eleitoral é a eleição do presidente Lula. O meu projeto é o projeto do Lula. Eu não pedi para ser ministro, eu construí a vida para ser ministro e sou muito honrado pela confiança de exercer a função de ministro de Estado”, frisou.

A pasta comandada por Macedo é responsável, entre outras atribuições, por negociar diretamente com movimentos sociais. O nome de Guilherme Boulos (PSOL-SP) circula há meses como possível substituto, e a primeira sondagem teria sido feita em abril deste ano.

Fogo amigo

Na última quarta-feira (24), Macedo disse à CNN que a possibilidade de deixar o governo para dar lugar ao deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP) se tratava de “fogo amigo”. “Esse assunto, o presidente nunca tratou comigo. Fogo amigo”, disse.

A expectativa de auxiliares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) era de que a troca fosse anunciada após a comitiva brasileira retornar da assembleia-geral da ONU. Macedo esteve com Lula antes da viagem a Nova York, na última sexta-feira (19).

Mudanças

A fala acontece em um momento de mudanças na Esplanada dos Ministérios. Na tarde desta sexta-feira (26), o ministro do Turismo, Celso Sabino, entregou sua carta de demissão ao presidente Lula.

Apesar da formalização, Sabino ainda cumprirá agendas com o petista no Pará, com entregas de obras para a COP 30, que acontecerá em novembro.