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    Maia sobre vídeo de Bolsonaro: “Criar tensão institucional não ajuda o país”

    Para presidente da Câmara, "somos nós, autoridades, que temos de dar o exemplo de respeito às instituições e à ordem constitucional"

    O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), disse nesta quarta-feira, 26, que criar tensão institucional não ajuda o país, em uma referência a um vídeo que circula no WhatsApp convocando partidários do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), compartilhado por ele próprio, para atos de apoio ao governo no dia 15 de março. 

    Na sequência de pouco mais 1 minuto e 40 segundos, há referências à facada levada por Bolsonaro durante a campanha presidencial de 2018 com críticas à esquerda. A mensagem que acompanha o vídeo compartilhado pelo WhatsApp ainda fala: “O Brasil é nosso, não dos políticos de sempre”.

    Não há nenhuma menção expressa ao Legislativo e ao Judiciário, embora as convocações de grupos de direita para os atos no mesmo dia incluam críticas a estes poderes. A mensagem do presidente enviada a um destinatário não identificado foi tornada pública pelo jornal O Estado de S. Paulo — não há informações do dia em que ela foi compartilhada.

    “Criar tensão institucional não ajuda o País a evoluir. Somos nós, autoridades, que temos de dar o exemplo de respeito às instituições e à ordem constitucional. O Brasil precisa de paz e responsabilidade para progredir”, escreveu Maia, que está na França em viagem pessoal. 

    Na sequência, Maia citou a importância do respeito às instituições. “Só a democracia é capaz de absorver sem violência as diferenças da sociedade e unir a Nação pelo diálogo. Acima de tudo e de todos está o respeito às instituições democráticas”, acrescentou.

    Pela manhã, sem se referir explicitamente ao caso, Bolsonaro disse que troca mensagens de cunho pessoal no telefone e “qualquer ilação fora desse contexto são tentativas rasteiras de tumultuar a República”. 

     

    As críticas também partiram do Supremo Tribunal Federal. O ministro Celso de Mello afirmou que o apoio de Bolsonaro a um protesto convocado contra o tribunal e o Congresso, se confirmado, mostra que o político não está à altura do cargo.

    “Se confirmada, (revela) a face sombria de um presidente da República que, que ignora o sentido fundamental da separação de Poderes, que demonstra uma visão indigna de quem não está à altura do altíssimo cargo que exerce e cujo ato de inequívoca hostilidade aos demais Poderes da República traduz gesto de ominoso desapreço e de inaceitável degradação do princípio democrático”, afirmou ele à colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo.

    A declaração do ministro foi confirmada pela CNN Brasil pouco depois da publicação do texto pela Folha.

    O ministro Gilmar Mendes se manifestou sem fazer menção explícita ao vídeo. “A CF88 garantiu o nosso maior período de estabilidade democrática. A harmonia e o respeito mútuo entre os Poderes são pilares do Estado de Direito, independemente dos governantes de hoje ou de amanhã. Nossas instituições devem ser honradas por aqueles aos quais incumbe guardá-las.”

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