Ministério estuda agência de combate a facções; PF critica
Agência teria foco de investigar e combater grupos como PCC e Comando Vermelho; diretor da PF diz que agência já existe
Está em discussão dentro da Senasp (Secretaria Nacional de Segurança Pública), do Ministério da Justiça, uma possível criação de uma agência voltada especificamente para o combate ao crime organizado e facções criminosas, como PCC (Primeiro Comando da Capital) e CV (Comando Vermelho).
A discussão se dá por conta do avanço das organizações criminosas na América Latina e até países de outros continentes, com foco na Europa.
Um estudo recente do MP-SP (Ministério Público de São Paulo) mapeou que o PCC está presente em 28 países e tem 2.000 integrantes. A facção é hegemônica no estado, diferente do CV, que nos últimos anos percebeu crescimento de concorrentes em cidades fluminenses, aumentando uma guerra entre criminosos.
A suposta agência, no entanto, tem gerado debate sobre a necessidade de um outro órgão para esse foco específico.
Nos bastidores, a cúpula da PF (Polícia Federal) começou a se posicionar contra a possível criação.
Nesta quarta-feira (27), em um evento no Amapá, o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, se manifestou publicamente sobre o caso.
“Enquanto alguns por interesses desconhecidos querem criar nova agência para combater crime organizado, minha resposta é muito direta: essa agência já existe, é a Polícia Federal. E que coordena ações em todo o Brasil de maneira integrada com nossos parceiros nas 27 unidades da federação”, defendeu.
Por outro lado, a cúpula do Sistema Penitenciário Federal, também no guarda-chuva do Ministério da Justiça, responsável por abrigar líderes do crime organizado em presídios federais, avalia que a criação dessa suposta agência seria um grande avanço.
Integrantes do Ministério da Justiça dizem, no entanto, que seria um projeto a médio e longo prazo, de forma inicial, com discussão dos setores envolvidos. E seria um projeto que, consequentemente, se avançar, ainda precisaria do aval do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).