Quem são os 23 ministros do governo Bolsonaro
São 23 as pastas atuais, contra 27 durante o mandato de Michel Temer e 35 de Dilma Rousseff
O governo de Jair Bolsonaro (sem partido) tem número reduzido de ministérios em relação ao de seus predecessores. São 23 as pastas atuais, contra 27 durante o mandato de Michel Temer (MDB) e 35 de Dilma Rousseff (PT).
A redução foi obtida por meio de fusões e alterações de competências — como no caso do Ministério da Cultura, que virou Secretaria Especial vinculada ao Ministério da Cidadania e hoje integra o Ministério do Turismo.
O enxugamento nas entidades da administração pública federal era uma das promessas da campanha de Bolsonaro. “[Queremos] montar um ministério enxuto, com no máximo 15 ministros, que possa representar os interesses da população, não de partidos”, disse ele durante uma transmissão no Facebook em outubro de 2018.
O Ministério da Economia declarou que só poderá medir a economia gerada pela fusão das pastas no fim de 2020, quando for possível comparar as mesmas estruturas e competências com o ano anterior.
Quais os ministros do governo Bolsonaro
Ministério da Economia – Paulo Guedes
Políticas sobre salários, emprego, impostos, previdência, privatizações e comércio exterior, além da coordenação do orçamento federal, são algumas das responsabilidades do ministério. A pasta também abriga a Receita Federal. O ministro é o economista Paulo Guedes, que fez carreira no sistema financeiro.
Ministério da Justiça e Segurança Pública – Anderson Gustavo Torres
A pasta tem atribuições amplas, que vão do combate ao crime organizado à acolhida de imigrantes e refugiados, passando pela gestão de presídios federais e a defesa do consumidor.
A Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal também são responsabilidade do ministério, que é comandado por Anderson Gustavo Torres
Antes Torres, a pasta foi comendada por André Mendonça entre abril de 2020 e março de 2021. Mendonça, por sua vez, sucedeu o ex-juiz Sergio Moro, que exerceu o cargo entre janeiro de 2019 e abril de 2020.
Ministério da Saúde – Marcelo Queiroga
É responsável pela política nacional de saúde e assistência médica. Estão sob o ministério programa como Mais Médicos, Farmácia Popular e SAMU. Agências como a Anvisa e a ANS, responsável pela regulação dos planos de saúde, são vinculadas à pasta.
O atual ministro é o cardiologista Marcelo Queiroga, o quatro a ocupar o cargo. Ele substituiu o então ministro general Eduardo Pazuello, que foi interino entre maio e setembro de 2020, quando foi efetivado.
Antes de Pazuello, exerceram o cargo o ex-deputado Luiz Henrique Mandetta (DEM) e o médico Nelson Teich, que permaneceu menos de um mês à frente da pasta.
Ministério da Educação – Milton Ribeiro
A pasta gere todos os assuntos referentes à educação, como a organização do Enem, o maior exame de ingresso ao ensino superior do país. O ministro atual é o advogado Milton Ribeiro.
Antes dele, passaram pelo cargo o teólogo Ricardo Vélez Rodríguez e o economista Abraham Weintraub.
Ministério das Relações Exteriores – Carlos Alberto França
Também chamado de Itamaraty, por conta do edifício que o sedia, o órgão é responsável pela política externa brasileira. O ministério também abriga a Apex, agência voltada para a promoção de produtos brasileiros no exterior e a atração de investimento estrangeiro. O ministro é o diplomata Carlos Alberto França, que sucedeu Ernesto Araújo, chefe da pasta desde posse de Bolsonaro até o fim de março de 2021.
Ministério do Meio Ambiente – Ricardo Salles
Cuida da política nacional de conservação e uso sustentável de recursos naturais. O Ibama, órgão de fiscalização ambiental, e o ICMBio, responsável por gerir unidades de conservação, são ligados ao ministério. É chefiado por Ricardo Salles, advogado e ex-secretário do Meio Ambiente de São Paulo.
Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos – Damares Alves
O ministério reúne secretarias voltadas para direitos humanos, mulheres, igualdade racial, a crianças e adolescentes, idosos e pessoas com deficiência. A ministra é a pastora e ex-assessora parlamentar Damares Alves.
Casa Civil – Luiz Eduardo Ramos
A Casa Civil presta apoio direto à Presidência da República em atividades como o encaminhamento de propostas ao Congresso Nacional e a publicação dos atos nos meios oficiais.
Desde 29 de março de 2021, o general Luiz Eduardo Ramos comanda o ministério. Ramos antes estava alocado na Secretaria de Governo. Ele sucedeu outro general, Walter Brata Netto, que assumiu o cargo após o primeiro remanejamento de Onyx Lorenzoni, para o Ministério da Cidadania.
Gabinete de Segurança Institucional (GSI) – Augusto Heleno
O GSI é responsável pela segurança presidencial, além de assessorar a Presidência em assuntos militares. Desde 2016, a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) voltou a ficar subordinada ao ministério. A pasta é chefiada pelo general da reserva Augusto Heleno.
Ministério da Defesa – Walter Souza Braga Netto
A pasta é responsável por gerir as Forças Armadas brasileiras — Exército, Marinha e Aeronáutica. O ministro é o general Walter Souza Braga Netto, que antes comandava a Casa Civil. Braga Netto sucedeu Fernando Azevedo e Silva, que foi assessor do ex-presidente do STF, Dias Toffoli, e comandou o Estado-Maior do Exército, órgão que elabora a estratégia de defesa terrestre.
Advocacia-Geral da União (AGU) – André Mendonça
A AGU representa a União na Justiça e presta consultoria jurídica ao Poder Executivo. Apesar de o órgão não ser um ministério, seu chefe tem status de ministro e é indicado pelo presidente. Desde 29 de março de 2021, advogado-geral da União é, novamente, André Mendonça, que já havia exercido o cargo até 27 de abril de 2020, quando foi para o lugar de Sérgio Moro no Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Entre abril de 2020 e março de 2021, o AGU foi José Levi, professor de direito do estado da USP.
Banco Central – Roberto Campos Neto
Assim como a AGU, o Banco Central tem status de ministério. Entre suas atribuições estão a emissão de moeda, o gerenciamento das reservas cambiais e a supervisão do sistema bancário e financeiro. Quem preside o órgão é Roberto Campos Neto, ex-executivo do banco Santander.
Secretaria-Geral da Presidência da República – Onyx Lorenzoni
Assessora a Presidência nos assuntos internos do cargo e em comissões, como a de Ética Pública.
Desde fevereiro de 2020, o ministro é o deputado licenciado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), o quarto a assumir a função depois do advogado Gustavo Bebianno, do general Floriano Peixoto e de Jorge Oliveira, que deixou o posto para ser ministro do Tribunal de Contas da União (TCU).
Secretaria de Governo – Flávia Arruda
Auxilia a Presidência na articulação com setores da sociedade civil e na interlocução com estados e municípios. Um dos órgãos mais importantes subordinados à pasta é a Secretaria de Comunicação. A ministra é Flávia Arruda, que assumiu o cargo em março de 2021, sucedendo o general Luiz Eduardo Ramos, que por sua vez sucedeu o também general Carlos Alberto dos Santos Cruz.
Ministério do Turismo – Gilson Machado
Tem como objetivo promover o turismo em todo o território nacional. O ministério abriga a Embratur, hoje voltada para a promoção no exterior de destinos brasileiros, e tem programas de qualificação e estruturação do setor. O ministro é o empresário Gilson Machado, ex-presidente da Embratur.
Antes, entre janeiro de 2019 e dezembro de 2020, a pasta foi dirigida pelo deputado Marcelo Álvaro Antônio (PSL-MG).
Ministério de Minas e Energia – Bento Albuquerque
É responsável pelo planejamento energético do país e por assuntos relacionados a combustíveis e mineração. Entre as agências reguladoras ligadas à pasta estão a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) e ANP (Agência Nacional do Petróleo). O ministro é o almirante Bento Albuquerque.
Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações – Marcos Pontes
Entidades como os Correios e o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), que monitora o desmatamento no país, são ligadas ao ministério. A pasta é chefiada por Marcos Pontes (PSL), tenente-coronel da FAB (Força Aérea Brasileira) e o primeiro astronauta brasileiro.
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – Tereza Cristina
Gere as políticas de estímulo ao agronegócio, como o Plano Safra, e a regulação de serviços ligados ao setor. A Embrapa (Empresa Brasileira de Agropecuária) também faz parte da pasta. A ministra é Tereza Cristina (DEM-MS), que se licenciou da Câmara dos Deputados para assumir o cargo.
Controladoria-Geral da União (CGU) – Wagner Rosário
É o órgão de controle interno do governo federal. Cabe à pasta fiscalizar as atividades públicas da União, garantir a transparência e combater corrupção e fraudes. Wagner Rosário, servidor de carreira da CGU e capitão do Exército, assumiu o comando do órgão em junho de 2017, ainda no governo de Michel Temer (MDB).
Ministério da Infraestrutura – Tarcísio Gomes de Freitas
Criado pela gestão atual, é responsável pelas políticas nacionais de trânsito e transporte terrestre, aéreo e naval. Órgãos como o DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) e a Infraero são vinculados à pasta, que é chefiada pelo capitão do Exército Tarcísio Gomes de Freitas.
Ministério da Cidadania – João Roma
Criado a partir da fusão dos Ministérios do Esporte, Cultura e Desenvolvimento Social, tem atribuições diversas e que mudaram ao longo do governo. Segue responsável por programas que vão do Bolsa Família ao Bolsa Atleta, mas não abarca mais a área da cultura.
O ministro é o deputado licenciado João Roma (Republicanos-BA), o terceiro do atual governo, após os também parlamentares Osmar Terra (MDB-RS) e Onyx Lorenzoni (DEM-RS), atual chefe da Secretaria-Geral da Presidência.
Ministério do Desenvolvimento Regional – Rogério Marinho
Políticas de habitação, saneamento, mobilidade urbana e defesa civil estão dentro do escopo do ministério. A pasta abriga programas como o Minha Casa, Minha Vida e o projeto de transposição do Rio São Francisco. O ministério é chefiado pelo ex-secretário especial da Previdência Rogério Marinho, que assumiu o posto antes ocupado por Gustavo Canuto.
Ministério das Comunicações – Fábio Faria
O novo Ministério das Comunicações abriga toda a estrutura da antiga pasta, que havia sido incorporada à pasta da Ciência e Tecnologia (MCTI), mais as funções da Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom). A pasta também vai dirigir a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), estatal responsável, entre outras coisas, pela TV Brasil e pela Agência Brasil.
O atual ministro das Comunicações é o deputado licenciado Fábio Faria (PSD-RN), genro de Silvio Santos.