Modelo atual também favorece celebridades, defende relatora da PEC do Distritão
A proposta prevê que o projeto, se for aceito, comece a valer a partir da eleição de 2024
Em entrevista ao Visão CNN, a deputada Renata Abreu (Podemos-SP), relatora da Reforma Eleitoral na Comissão Especial da Câmara, rebateu as críticas feitas ao ‘distritão’, modelo eleitoral que está em discussão na Câmara dos Deputados.
Para a relatora, apesar das críticas que foram feitas ao ‘distritão‘, o sistema atual também favorece as celebridades e cria uma distorção que o eleitor “nem sempre entende”.
“O distritão, como todos os sistemas, tem seus prós e contras. Eu ouço muito que ele favorece celebridades, mandatários e até youtubers, mas o sistema atual também favorece. Existe uma distorção do sistema, que o eleitor não entende. Por que um parlamentar ficou de fora com 100 mil votos, enquanto outro entrou com 20 mil votos? Porque o sistema atual favorece as personalidades”, afirmou Renata Abreu.
“Em relação ao favorecimento de partidos, o sistema atual faz com que o candidato escolha um partido por conveniência de chapa. Com o ‘distritão’, a chapa se torna indiferente. Então, ele vai escolher um partido com o qual ele se identifique ideologicamente e programaticamente”, completou a deputada.
Segundo a relatora, a vantagem desse modelo eleitoral é que ele “é mais democrático, computa o voto de todos os eleitores em todos os momentos, evita a polarização política e favorece aqueles que têm menor rejeição”.
O ‘distritão’ consiste em um sistema de votação por ranqueamento, no qual os eleitores escolhem seus candidatos por ordem de preferência.
A proposta prevê que o projeto, se for aceito, comece a valer a partir da eleição de 2024.