Molica: Crítica de Bolsonaro a Anvisa não foi administrativa, mas de honra
No quadro Liberdade de Opinião desta segunda-feira (10), o comentarista Fernando Molica analisa as discordâncias entre o presidente a agência reguladora sobre a vacinação contra a Covid-19
No Liberdade de Opinião desta segunda-feira (10), Fernando Molica analisou as discordâncias entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sobre a vacinação contra a Covid-19.
Na noite de sábado (8), o diretor-presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, emitiu uma nota na qual rebateu as falas feitas recentemente pelo presidente contra a campanha de vacinação contra o coronavírus.
Molica salientou o rompimento existente entre o presidente da República e o diretor-presidente da Anvisa, e disse não acreditar em qualquer possibilidade de reconciliação entre as partes.
"Certamente [há o rompimento]. Não foi uma crítica a uma atitude administrativa da Anvisa. Ele [Jair Bolsonaro ] atacou a honra. Suspeita de corrupção é muito grave. Bolsonaro levantou que havia interesses escusos, praticamente chamou de ladrão. Fica muito difícil qualquer tipo de conciliação."
Molica comentou também a relação de Bolsonaro com outros membros de seu governo, apontando uma ligação muito mais pessoal do que política.
"Ao longo do governo Bolsonaro, esses rompimentos acontecem sempre na base da traição, acusação de honra, tudo na base do drama. O governo Bolsonaro, com exceção de pontos específicos, quando ele chama alguém, ele quer garantir a fidelidade daquela pessoa. Tem que concordar com o presidente da República em tudo. Há necessidade de engajamento. É uma relação pessoal, não política."
MP do Refis
Dias após vetar integralmente o projeto que criava o "Refis", o presidente Jair Bolsonaro disse neste final de semana que o governo trabalha para editar até esta terça-feira (11) uma Medida Provisória sobre o parcelamento de dívidas para micro, pequenas e médias empresas.
Reforma Trabalhista
Em entrevista à CNN, o ex-presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia comentou a fala da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e do ex-presidente Lula, que defenderam a revogação da reforma trabalhista. Maia afirmou que é preciso debater a revogação de leis para evitar insegurança jurídica, e que a maior queda de produtividade do trabalho aconteceu durante o governo de Dilma Rousseff, entre 2013 e 2016.
Tragédias naturais no Brasil
O começo do ano no Brasil é conhecido historicamente por uma série de tragédias naturais ocasionadas pelas chuvas. Só em 2022, as enchentes na Bahia, o deslizamento em Capitólio e o transbordamento da barragem em Pará de Minas causaram dezenas de mortes, afetaram milhares de outras pessoas e aumentam os questionamentos sobre os sistemas de monitoramento e alerta no país.
O Liberdade de Opinião teve a participação de Fernando Molica e Boris Casoy. O quadro vai ao ar diariamente na CNN.
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