Moraes abre prazo para PGR e "kids pretos" apresentarem alegações finais

Militares de forças especiais integram núcleo 3 do processo que apura suposta tentativa de golpe de Estado

Gabriela Boechat, da CNN, Brasília
Alexandre de Moraes em sessão plenária do Supremo Tribunal Federal (STF)
Alexandre de Moraes em sessão plenária do Supremo Tribunal Federal (STF)  • Antonio Augusto/STF
Compartilhar matéria

O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou a abertura de prazo para que a PGR (Procuradoria-Geral da República) e os réus “kids-pretos” apresentem suas alegações finais no processo contra o “núcleo 3” da investigação que apura suposta tentativa de golpe de Estado.

Este núcleo é composto por militares de forças especiais – os chamados “kids pretos” – apontados como responsáveis pelo planejamento operacional do golpe, incluindo o suposto plano “Punhal Verde Amarelo”, que previa ataques contra autoridades, entre elas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB).

Conforme o rito do processo, a PGR terá 15 dias para apresentar suas alegações finais. O documento é uma espécie de “dossiê” que revisita todas as provas produzidas na fase de investigação e recomenda a condenação ou absolvição dos réus. O procurador-geral também pode já sugerir penas.

Após a entrega do documento pela PGR, inicia-se a contagem do prazo para que as defesas dos réus apresentem um documento similar, revisitando todas as provas e argumentando pela absolvição de seus clientes. Eles também têm 15 dias.

Essa é a última etapa do processo antes do julgamento. Com as alegações entregues, Moraes deverá pedir ao presidente da Primeira Turma, Cristiano Zanin, que marque uma data para o julgamento.

Na semana passada, Moraes também abriu o prazo de alegações finais para o núcleo 4 da suposta trama golpista. O grupo é apontado como o responsável por disseminar informações falsas com o objetivo de desacreditar o sistema eleitoral.

O núcleo 2 ainda está em fase de diligências complementares - ou seja, produção de novas provas.

O núcleo 1, que inclui o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), é o mais avançado, com início de julgamento marcado para a próxima semana, dia 2 de setembro.