Na CPMI do INSS, governistas barram pedidos contra Frei Chico e Lupi

Comissão de inquérito também rejeitou pedido de prisão de Milton Baptista de Souza Filho, presidente do Sindnapi (Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos)

Emilly Behnke, da CNN Brasil, Brasília
Parlamentares durante votações de requerimentos na CPMI do INSS  • Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
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Em vitória para os governistas, a CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) rejeitou nesta quinta-feira (16) requerimentos que miravam integrantes do Sindnapi (Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos).

Entre eles, o irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), José Ferreira da Silva, o Frei Chico. Ele é diretor vice-presidente do sindicato. Com maioria na CPMI, a convocação de Frei Chico foi rejeitada por 19 votos a 11.

A comissão também rejeitou, por 18 votos a 13, a prisão preventiva de Milton Baptista de Souza Filho, presidente do Sindnapi, que foi ouvido pela CPMI na semana passada. Na oitiva, ele não respondeu à maioria das perguntas dos parlamentares, mas negou que Frei Chico atue na administração da entidade.

 

 

Para integrantes da oposição, a derrota dos pedidos foi uma "blindagem" promovida pelo governo. Aliados da base governista, no entanto, defenderam que Frei Chico não é alvo de investigação.

Por acordo entre oposição e governistas, foram retirados da pauta os requerimentos que determinavam as quebras dos sigilos bancário, fiscal e telemático do ex-ministro da Previdência Social Carlos Lupi (PDT).

Lupi foi ouvido pela CPMI em 8 de setembro. Ele comandou a pasta entre janeiro de 2023 e maio de 2025 e era o titular do ministério quando o esquema de fraude em benefícios de aposentados e pensionistas foi revelado, em abril.

Apesar do acordo para a retirada da proposta contra Lupi, o presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), afirmou que os pedidos podem retornar à pauta a qualquer momento.

Governistas também foram contra a quebra de sigilo da publicitária Danielle Miranda Fonteles. Ele teria recebido transferência no valor de R$ 5 milhões de Antônio Carlos Camilo Antunes, o "Careca do INSS". Antes, ela teria trabalhado em campanhas para candidatos do PT. A maioria da comissão rejeitou por 19 votos a 11 os pedidos que miravam a publicitária.

Pedidos aprovados

A comissão aprovou nesta quinta quebras de sigilo de empresas e as convocações de: Alan Santos, um dos diretores da Dataprev; Lenilson Queiroz de Araújo, chefe da Ouvidoria do INSS; e Philipe Roters Coutinho, agente da Polícia Federal afastado e alvo na investigação sobre as fraudes no INSS.

Os parlamentares também deram aval para a presença obrigatória de empresários, entre eles Alexandre Caetano dos Reis, sócio em uma empresa do "Careca do INSS".

Outro pedido aprovado sugere o afastamento imediato e a substituição das diretorias das associações, sindicatos e empresas investigadas pela CGU (Controladoria-Geral da União) por suspeitas de fraudes. A indicação deverá ser encaminhada ao ministro André Mendonça, que é o relator do caso no STF (Supremo Tribunal Federal).