Na TV, Lula defende liberdade religiosa; Bolsonaro promete reajuste salarial acima da inflação

No horário eleitoral desta quinta-feira (20), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu na televisão a liberdade religiosa, e Jair Bolsonaro (PL) prometeu reajustes do salário mínimo acima da inflação.

A peça de Lula reproduz trechos da entrevista do petista ao Flow Podcast, na terça-feira (18). “Fui eu em 2003 que sancionou a lei de Liberdade Religiosa neste país. Ele [Bolsonaro] era deputado, ele sabe disso. Então, veja, eu defendo a liberdade religiosa porque acredito que a fé é uma coisa sagrada”, disse.

O ex-presidente afirmou também ser contra o aborto, “porque o aborto não é bom nem para o pai, nem para mãe, nem para ninguém”.

A campanha petista ainda tentou relacionar o presidente ao ditador paraguaio Alfredo Stroessner, que governou o país vizinho de 1954 a 1989. A peça mostrou uma rápida biografia de Stroessner e relembrou um discurso em que Bolsonaro o elogiou.

“Você sabe quem foi Alfredo Stroessner? Foi um ditador sanguinário, conhecido por ser um dos maiores pedófilos do mundo. Stroessner abusou de mais de 1.600 crianças. Ele matava e enterrava as ossadas em casa. Mesmo assim, Bolsonaro continua mostrando a sua admiração ao ditador pedófilo”, diz o narrador.

Na sequência, a propaganda reproduz uma frase dita por Bolsonaro, durante um encontro com o atual presidente do Paraguai, Mario Abdo, na hidrelétrica de Itaipu, em 2019: “Aqui também a minha homenagem ao nosso general Alfredo Stroessner”.

Uma Comissão da Verdade instituída no Paraguai em 2004 para investigar o regime de Stroessner acusou o ditador de crimes como perseguição e tortura. A apuração que durou mais de 35 anos também denunciou atos sistemáticos de pedofilia praticados pela ditadura.

A CNN procurou a assessoria de Bolsonaro para que comentasse a propaganda e aguarda uma resposta.

Bolsonaro voltou a afirmar que o Congresso Nacional eleito no primeiro turno lhe possibilitará aprovar mais projetos, caso permaneça no cargo. Entre as propostas mencionadas estavam a redução da maioridade penal, o aumento do salário mínimo acima da inflação e isenção do imposto de renda para brasileiros que ganham até R$ 6.000.

“Nada mais pode nos orgulhar do que essa nova composição da Câmara e do Senado Federal. E a certeza de que, a partir do ano que vem, as nossas pautas terão mais chance de ser aprovadas e a gente realmente colocar o Brasil no eixo do progresso, do desenvolvimento e da felicidade”, disse o presidente.

Além de mencionar o alinhamento ideológico do presidente com parte dos parlamentares eleitos, a campanha de Bolsonaro afirma que Lula é “contra o Congresso” escolhido no primeiro turno.

A propaganda ainda apresentou falas dos governadores eleitos no primeiro turno Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, Cláudio Castro (PL), do Rio de Janeiro, e Ronaldo Caiado, de Goiás, e mostrou figuras públicas que declararam apoio à sua candidatura, como os cantores sertanejos Zezé Di Camargo, Leonardo, Gusttavo Lima, Marrone e o apresentador Ratinho.