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    Não toleraremos racismo e repudiamos com veemência ataques contra Vini Jr., diz Lula

    Discurso do presidente da República foi realizado durante a comemoração do Dia da África, no encerramento do seminário Brasil-África

    Douglas PortoEmanuelle Leonesda CNN , em São Paulo e Brasília

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, nesta quinta-feira (25), durante o encerramento do seminário Brasil-África, no Palácio do Itamaraty, em Brasília, que não será tolerado o racismo contra brasileiros ou africanos que estão no país.

    Na ocasião, ele reafirmou o repúdio contra os ataques racistas sofridos na Espanha por Vinícius Júnior, atacante do Real Madrid e da Seleção Brasileira.

    “Não toleraremos racismo, nem contra brasileiros e nem contra africanos no Brasil. Por isso, repudiamos com veemência os ataques racistas que o jogador Vinícius Júnior e tantos outros atletas vêm sofrendo reiteradamente”, afirmou Lula.

    O caso mais recente

    O Real Madrid encaminhou uma queixa de crime de ódio junto a promotores espanhóis por causa dos insultos racistas direcionados a Vinícius Júnior na partida do último domingo (21), contra o Valencia, no estádio Mestalla, informou o clube em comunicado na segunda-feira (22).

    “O Real Madrid CF manifesta a sua mais veemente rejeição e condena os acontecimentos ocorridos ontem contra o nosso jogador Vinícius Jr.”, afirmou o clube.

    Os ataques “constituem um crime de ódio” pelo qual o clube apresentou uma queixa à Procuradoria-Geral do Estado, disse o comunicado.

    A direção da Fifa pretende enviar uma notificação à La Liga, questionando por que o protocolo contra racismo elaborado pela federação internacional não tem sido usado integralmente em casos de atos racistas no Campeonato Espanhol.

    Vinicius Jr. chegou a identificar um dos racistas que o atacaram no jogo contra o Valencia
    Vinicius Jr. chegou a identificar um dos racistas que o atacaram no jogo contra o Valencia / Ivan Terron/Europa Press via Getty Images

     

    Dia da África

    Em comemoração ao Dia da África, Lula declarou que é um grande entusiasta das relações do Brasil com os países do continente africano, sendo um assíduo visitante. “Como presidente, lá estive 12 vezes e visitei 23 países”.

    Entretanto, ele expôs que o mundo e a África, hoje, não são mais iguais ao que eram no fim do seu último mandato, em 2010. Com isso, citou ser necessária uma mudança na política com o continente.

    “Seria insuficiente simplesmente repetir receitas do passado. A África é uma das regiões que mais cresce no mundo. Sua relevância no comércio global é expressiva. A Zona de Livre Comércio Continental Africana, que entrou em vigor em 2021, é a maior do mundo. Abrange 1,3 bilhão de pessoas e tem PIB combinado de 3,4 trilhões de dólares”.

    “Nosso comércio bilateral com a África foi, em 2022, um terço menor que o valor de 2013, quando o fluxo chegou a quase 30 bilhões de dólares”, prosseguiu.

    Para isso, Lula proclama que será reassumido o protagonismo em iniciativas internacionais em favor das populações afrodescendentes.

    “O ano de 2024 marca o fim da década internacional de afrodescendentes convocada pela ONU, sua implementação no Brasil foi comprometida pelo descaso das autoridades, vamos propor a prorrogação da iniciativa na próxima Assembleia Geral da ONU”.

    “A União Africana é fonte de inspiração para a América do Sul na construção de uma comunidade que respeita a diversidade e seus membros. Vejo com satisfação a retomada da zona de paz e cooperação do Atlântico Sul com a recente cúpula em Cabo Verde. A exitosa experiência das duas cúpulas, América do Sul e África, também merece ser reeditadas. A nova geração de lideranças sul-americanas é sensível a esse intercâmbio. Nossas regiões têm forte interesse na reforma da governança global, as instituições globais refletem um mundo de oito décadas atrás”.

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