OAB e Senado defendem solução consensual de conflitos pelo TCU

Partido Novo contesta no STF mecanismo do tribunal de contas que tem repactuado contratos de forma amigável

Da CNN
Sede do Tribunal de Contas da União (TCU), em Brasília
Sede do Tribunal de Contas da União (TCU), em Brasília  • Arquivo - Agência Brasil
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O Tribunal de Contas da União (TCU) ganhou dois aliados de peso na ação em análise pelo Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a legalidade do mecanismo de solução consensual e prevenção de conflitos.

O Senado Federal e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) pediram ao Supremo para entrar no processo como amicus curiae (parte interessada) e manifestaram apoio ao funcionamento do mecanismo criado pelo TCU no fim de 2022.

A SecexConsenso, nome dado à secretaria técnica que tenta viabilizar acordos entre órgãos da administração pública e o setor privado em torno de contratos problemáticos, tem sua legalidade contestada em uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) movida pelo partido Novo.

"O que ora se pretende demonstrar é que a busca do consenso como método de solução de conflitos no âmbito do TCU não contraria os princípios da Administração Pública, mas, ao contrário, consagra-os", afirmou o Conselho Federal da OAB, em petição co-assinada por seu presidente, Beto Simonetti.

"Mais do que estar juridicamente adequada, atendendo ao critério da legalidade, a norma ora impugnada [contestada pelo Novo] tem se mostrado eficiente e eficaz em suas pretensões, sobretudo por garantir um melhor e mais adequado direcionamento dos recursos públicos, em atenção à necessidade de primar pelo desenvolvimento da nação e por um ambiente negocial justo e equilibrado que garanta a supremacia do interesse público em detrimento de qualquer outro".

O consensualismo foi apoiado também pela Advocacia do Senado.

"O Congresso Nacional, enquanto titular do controle externo, tem interesse direto na manutenção da norma impugnada, visto que fortalece a capacidade de controle e fiscalização exercida pelo TCU, além de promover a eficiência e segurança jurídica na gestão pública por meio da adoção de mecanismos consensuais de solução de conflitos", afirmam os advogados do Senado em sua petição.

Na ADPF apresentada ao Supremo, o Novo argumenta que a criação da SecexConsenso dá ao tribunal de contas um papel de formatação de políticas públicas, extrapolando suas atribuições constitucionais.

Segundo o partido, o mecanismo cria uma forma de controle prévio que não está previsto na Constituição Federal e viola os princípios da legalidade administrativa, da separação de Poderes e da moralidade administrativa.

Os trabalhos do TCU na repactuação de contratos foram defendidos, em entrevista à CNN, pelo ministro dos Transportes, Renan Filho.

O ministério tem 14 tentativas de repactuação consensual das concessões de rodovias federais que tiveram seus cronogramas de obras descumpridos. Relicitar parte dessas rodovias, uma alternativa à mesa, geraria atrasos nas obras e tarifas de pedágio maiores.