Quaest: 36% defendem anistia para Bolsonaro e 10% para condenados pelo 8/1

O número de brasileiros que defendem uma proposta de anistia — independentemente da forma — supera os que são contrários à pauta, mas uma medida que inclua o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ainda conta com uma opinião pública favorável menor em relação ao grupo que é totalmente refratário a um projeto do tipo.

Os dados são da pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta terça-feira (16), que ouviu presencialmente 2.004 brasileiros aptos a votar (com 16 anos ou mais) entre 12 e 14 de setembro.

Pessoas que defendem uma anistia que inclua Bolsonaro são 36%. Já os que defendem uma medida apenas para os envolvidos diretamente nos atos do 8 de Janeiro são 10%. Somados, os pró-anistia chegam a 46%.

Já as pessoas que são contrárias à anistia — não importando o modelo da proposta — são 41%. Assim, elas ficam abaixo do cômputo global dos pró-anistia, mas ainda são mais expressivos do que os que defendem uma anistia com Bolsonaro incluído.

Qual a sua opinião sobre a possibilidade de anistia?

• Contra a anistia: 41%;
• A favor da anistia para todos, incluindo Bolsonaro: 36%;
• A favor da anistia apenas para os manifestantes do 8/1: 10%;
• Não sabe/não respondeu à pesquisa: 13%.

Em relação ao posicionamento político, a anistia é mais popular entre bolsonaristas e a direita não bolsonarista (em ambos os grupos, com 74% de aprovação).

Entre lulistas e a esquerda não alinhada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), prevalece a posição refratária à anistia, com índices de 58% e 73% de manifestações contrárias, respectivamente.

Entre quem não tem posicionamento político, os contrários à anistia são 46%, enquanto os favoráveis à medida somam 38% - sendo que, deste percentual, 28% defendem uma proposta com Bolsonaro e 10%, apenas aos presentes no 8 de Janeiro.

A margem de erro estimada é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos e nível de confiança de 95%.

Anistia

A anistia é uma demanda da oposição, que ainda debate o texto para a proposta: se ele seria "light", ou preveria um processo "amplo, geral e irrestrito" — o que poderia, no limite, também beneficiar Bolsonaro, inelegível e recém-condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Para esta quarta-feira (17), o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), convocou uma reunião extraordinária de líderes da Casa para "deliberar sobre a urgência dos projetos que tratam do acontecido em 8 de janeiro de 2023".

*Publicado por Henrique Sales Barros