Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    PF: Cid era “operador” para blindar Bolsonaro

    Relatório diz não ser “crível” que Mauro Cid atuasse sem conhecimento do então presidente; informação foi revelada pela CNN na última sexta-feita (22)

    Elijonas Maiada CNN , Brasília

    A Polícia Federal (PF) concluiu que o tenente-coronel Mauro Cid, então ajudante de ordens de Jair Bolsonaro enquanto presidente, agiu como “operador” em uma organização criminosa apontada pela PF que planejou um golpe de Estado no Brasil.

    A informação consta no relatório de 884 páginas da PF que teve o sigilo retirado nesta terça-feira (26), mas já revelada anteriormente pela CNN na última sexta-feira (22).

    A PF também aponta que Cid agia como “elemento de blindagem” de Jair Bolsonaro.

    “Em diversos momentos da presente investigação, bem como em outros fatos apurados que envolvem o ex-Presidente da República, MAURO CESAR BARBOSA CID figura como elemento de blindagem de JAIR MESSIAS BOLSONARO. Em diversos momentos se identifica a implementação de ações que jamais seriam feitas sem o conhecimento do Presidente, bem como a expectativa dos demais integrantes da ORCRIM [organização criminosa] que as informações passadas a MAURO CID ou repassadas por ele seriam de conhecimento lógico por parte do Presidente”, diz uma página do relatório.

    A PF completa que essa posição de operador atribuída a Cid é comum em organizações criminosas, e explica que a função é “responsável por ‘colocar a mão’ e ter contato com fatos cuja execução direta colocaria a figura de seu líder em posição desfavorável”.

    Em outro trecho, os investigadores descrevem a relação do então ajudante de ordens com o então presidente Bolsonaro e diz não ser “crível” que Cid atuasse sem conhecimento do chefe do Executivo, à época.

    “Assim, na atividade de individualização da conduta do líder de uma ORCRIM e de seu operador revela-se indispensável que, se considere a atuação deste como longa manus daquele, cujo poder e autoridade tornam não crível a possibilidade de que seu operador adote condutas sem o seu conhecimento e aquiescência”, concluiu a PF.

    A CNN aguarda posicionamento das defesas de Cid e Bolsonaro sobre o relatório que foi tornado público.

     

    Tópicos