PF faz nova fase de operação que investiga desvio de emendas

Ao todo, são cumpridos cinco mandados de busca e apreensão e o sequestro de valores obtidos de forma ilícita em Brasília, São Paulo e Tocantins

Elijonas Maia, da CNN Brasil, Brasília
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A PF (Polícia Federal), com o apoio da CGU (Controladoria-Geral da União) e da Receita Federal do Brasil, realiza, nesta sexta-feira (31), a oitava fase da Operação Overclean, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa suspeita de envolvimento em fraudes licitatórias, desvio de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro.

São cumpridos cinco mandados de busca e apreensão e o sequestro de valores obtidos de forma ilícita, em Brasília (DF), São Paulo (SP), Palmas (TO) e Gurupi (TO). As ordens foram expedidas pelo STF (Supremo Tribunal Federal), pelo ministro Nunes Marques.

Os investigados podem responder pelos crimes de organização criminosa, corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitações e contratos administrativos, além de lavagem de dinheiro.

Entre os alvos, a CNN apurou que está Luiz França, secretário nacional do Podemos. Em nota (leia a íntegra abaixo), o partido disse que não tem relação com a operação e que apoia "toda e qualquer investigação".

Além disso, a sigla informou que os fatos em apuração se referem ao período em que o antigo PHS — incorporado ao Podemos em 2019 — governava o Tocantins.

Procurada, a defesa de Luiz França disse que ainda não teve acesso aos autos do processo, mas que seu cliente sempre teve conduta "ética" e "decoro profissional", sendo reconhecido pelos seus colegas de profissão como um homem íntegro e trabalhador.

"França se mantém à disposição das autoridades para todo esclarecimento que se fizer necessário, na certeza de que, ao final do procedimento investigatório, restará comprovada a ausência de qualquer irregularidade", acrescenta a defesa.

Outros alvos são ex-secretários de Educação e Planejamento do Tocantins.

Um alvo é um empresário que já foi preso nessa operação em outra fase. A PF diz que ele é o responsável pelo esquema e pagava propina a gentes públicos em troca de contratos com suas empresas.

Leia a íntegra da nota do Podemos

"O Podemos informa que o partido não possui relação com a Operação Overclean e apoia toda e qualquer investigação.

Cabe destacar que, pelo noticiado na imprensa, os fatos em apuração referem-se ao período em que o PHS governava o estado do Tocantins, anterior à incorporação da sigla pelo Podemos.

Pelas informações obtidas até o momento, a ação de hoje diz respeito à atuação profissional como advogado de Luiz França, com sua consultoria jurídica."