PGR insiste ao STF por acesso aos dados das forças-tarefas da Lava Jato
Comando do MPF pede ao ministro Edson Fachin que restabeleça acesso às bases das investigações, revogada no começo da semana
A Procuradoria-Geral da República (PGR) voltou a apelar nesta sexta-feira (7) ao Supremo Tribunal Federal (STF) para obter acesso aos dados das forças-tarefas da Operação Lava Jato no Paraná, em São Paulo e no Rio de Janeiro.
Em petição enviada ao STF, o vice-procurador-geral da República Humberto Jacques de Medeiros pede ao ministro Edson Fachin que reconsidere a revogação da partilha das bases de dados das investigações com o comando do Ministério Público.
Medeiros pede a Fachin que, caso decida não atender o pleito, que submeta o caso à análise colegiada dos demais ministros.
O compartilhamento havia sido determinado durante o plantão do Judiciário pelo presidente do Supremo, ministro Dias Toffoli, a quem compete a análise dos pleitos apresentados durante o recesso. Com o retorno das atividades regulares, Fachin, que é o relator do caso, decidiu revogar a decisão.
O vice-PGR argumenta ao STF querer “examinar em profundidade” os dados coletados pela Lava Jato para verificar se, entre as informações coletadas por forças-tarefas, há informações de autoridades com foro privilegiado — que, portanto, não devem ser investigadas pela primeira instância do Judiciário.
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Disputa
O acesso dos dados das forças-tarefas é o parte de uma grande divergência entre o procurador-geral da República, Augusto Aras, e os integrantes da Lava Jato. Aras recentemente disse querer acabar com o “lavajatismo” no Ministério Público e chamou as investigações de “caixas de segredos”.
O procurador-geral é defensor de uma mudança no modelo do combate à corrupção no MPF, que hoje é baseado em forças-tarefas, quando o procurador designado pelo caso recebe o suporte de um grupo de colegas para ajudá-lo no trabalho. A sugestão de Augusto Aras é a criação de um único grupo especial, que centralize esse trabalho.