Políticos repercutem operação mais letal da história do RJ
Megaoperação no Complexo do Alemão deixou ao menos 64 mortos; caso também gerou reações divergentes entre parlamentares nas redes sociais

A operação mais letal da história do Rio de Janeiro, que deixou ao menos 64 mortos no Complexo do Alemão, incluindo 60 suspeitos e quatro policiais, provocou forte repercussão entre políticos nesta terça-feira (28).
Nas redes sociais, parlamentares de diferentes partidos se manifestaram sobre a ação, classificada pelo governo estadual como a maior operação de segurança dos últimos 15 anos.
O líder da oposição na Câmara, deputado Zucco (PL-RS), demonstrou apoio aos agentes envolvidos e criticou o governo federal pela ausência de apoio.
“Minha solidariedade aos policiais do Rio de Janeiro que, mais uma vez, enfrentam o crime organizado praticamente sozinhos. Enquanto o tráfico usa drones pra lançar bombas, o governo federal assiste de longe — negando três vezes o apoio das Forças Armadas. Quando o Estado se omite, o crime avança e a insegurança toma conta”, escreveu.
Minha solidariedade aos policiais do Rio de Janeiro que, mais uma vez, enfrentam o crime organizado praticamente sozinhos.
Enquanto o tráfico usa drones pra lançar bombas, o governo federal assiste de longe — negando três vezes o apoio das Forças Armadas.
Quando o Estado se…
— Zucco (@deputadozucco) October 28, 2025
Na mesma linha, o deputado Paulo Bilynskyj (PL-SP) lamentou a situação da segurança no estado e afirmou: “Rio de Janeiro, 28 de out. de 2025, Brasil soberano? Não, os territórios dominados pelo crime organizado deixaram de ser Brasil.”
Rio de Janeiro, 28 de out. de 2025, Brasil soberano? Não, os territórios dominados pelo crime organizado deixaram de ser Brasil. pic.twitter.com/jntOTN7l5o
— Delegado Paulo Bilynskyj (@paulobilynskyj1) October 28, 2025
Já parlamentares da oposição criticaram a condução das ações. A deputada Talíria Petrone (PSOL) afirmou que as operações comandadas por Cláudio Castro (PL) “têm um verniz de combate ao crime organizado, com muita visibilidade na mídia”, mas que “escondem escolas fechadas, prejuízo ao comércio local e moradores atingidos”.
Segundo ela, o governo repete a estratégia de Tarcísio de Freitas em São Paulo, ao “não combater os chefões do asfalto, os que de fato comandam as organizações”.
As operações policiais de Cláudio Castro têm um verniz de combate ao crime organizado, com muita visibilidade na mídia. O que isso esconde: escolas fechadas, prejuízo ao comércio local, moradores sendo atingidos e sem poderem ir ao trabalho. E esconde, acima de tudo, a opção do…
— Talíria Petrone (@taliriapetrone) October 28, 2025
O também deputado Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ) chamou de “absurdo” a postura de colegas de extrema direita que, segundo ele, “comemoram as mortes durante a operação no Complexo do Alemão”. Vieira afirmou ainda que parlamentares da oposição foram hostilizados durante debates na Comissão de Segurança da Câmara.
🚨 Absurdo! Deputados da extrema direita comemoram as mortes durante operação no Complexo do Alemão, cortam nossos microfones na Comissão de Segurança, nos atacam e desqualificam nosso trabalho. Na falta de argumentos, sobra truculência, deboche e autoritarismo.
— Pastor Henrique Vieira (@pastorhenriquev) October 28, 2025
A megaoperação, que busca desarticular a expansão do CV (Comando Vermelho), tenta cumprir 100 mandados de prisão contra integrantes da facção, 30 deles em outros estados, incluindo o Pará. Até o momento, 81 pessoas foram presas.
O governo do Rio informou que a ação, ainda em andamento, visa prender lideranças criminosas e impedir a atuação interestadual da facção.
*Publicado por João Scavacin, da CNN


