Por anistia, temos condições de obstruir trabalhos no Senado, diz Valdemar
À CNN, presidente do PL disse que oposição não deve ter trabalho para aprovar pauta na Câmara; atuação no Congresso, segundo ele, é por um benefício "total", englobando atos do 8 de janeiro e réus por plano de golpe

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, disse em entrevista à CNN que a oposição tem condições de obstruir os trabalhos do Senado Federal, caso o projeto da anistia não seja pautado na Casa.
O partido do ex-presidente Jair Bolsonaro conta com apoio do PP, União Brasil e PSD para aprovar a proposta, informou Valdemar. Segundo ele, uma reunião com o presidente do Republicanos, Marcos Pereira (SP), deve ocorrer até a próxima semana.
"Temos condições de obstruir os trabalhos no Senado. Não acho que vamos ter trabalho na Câmara. Temos maioria na Câmara para aprovar a anistia. Se tiver problemas no Senado, nosso líder senador [Carlos] Portinho, Rogério Marinho, que é também líder, vão trabalhar para fazer a anistia total", disse Valdemar.
O PL defende anistiar todos os envolvidos no 8 de janeiro, incluindo Bolsonaro. O ex-presidente e outros cinco réus estão sendo julgados pela Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) por organização criminosa armada; tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito; golpe de Estado; dano qualificado pela violência e grave ameaça; e deterioração de patrimônio público.
“Se ele [Bolsonaro] tivesse com a intenção de fazer alguma coisa errada, não iria nomear os ministros do governo Lula”, disse Valdemar.
Em agosto, a oposição ocupou por cerca de 30 horas o plenário da Câmara em protesto à prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Após o episódio, a Casa aprovou a urgência de um projeto de resolução que altera o regimento interno para punir congressistas que impedirem o funcionamento das atividades legislativas.
Valdemar Costa Neto espera pautar o projeto na anistia até semana que vem. “A arma legal que nós temos é a obstrução. Não queremos fazer isso na Câmara e nem no Senado. O presidente Hugo Motta tem prestigiado o partido e tenho certeza que ele vai conduzir no sentido de ficar livre dessa matéria”, afirmou.


