PSB abdicou de federação por divergências com o PT em São Paulo, dizem dirigentes
De acordo com integrantes dos partidos, candidatura ao governo de São Paulo foi uma das razões do desentendimento; eleição para prefeitura em 2024 também emperra negociação



O PSB queria ser sócio minoritário com poder de sócio majoritário. E o PT respondeu que não tinha interesse, como era esperado. Dessa forma, os socialistas abriram mão de participar da federação que está avançando entre PT, PV e o PCdoB. As informações são de dirigentes do PT e do PSB que participaram das negociações.
O estado de São Paulo e a cidade de São Paulo estão no cerne desse desentendimento. O PSB não queria abdicar de ter um candidato ao governo de SP. O PT não concordou, por estar em vantagem nas pesquisas com Fernando Haddad.
Outro motivo para o PSB não ter ido adiante nas negociações foi o medo de ser engolido pelo PT em 2024, na disputa pela prefeitura das capitais. Por exemplo, o PSB tem interesse de lançar a deputada Tabata Amaral como candidata a prefeita de São Paulo, mas o PT não concordaria em perder o principal colégio eleitoral do Brasil.
Pela regra da federação, dois ou mais partidos podem se unir pelo período de quatro anos, como se fossem um só partido. Nesse caso, o PT teria a última palavra, porque é o partido maior. O PSB tinha a vantagem de somar o tempo de rádio e TV e também o Fundo Eleitoral. Mas os dirigentes consideraram que o preço político a ser pago não valia a pena.
Quando o Congresso aprovou a possibilidade de federações partidárias, no ano passado, os parlamentares não calcularam que seria difícil firmar essas alianças no mundo políticos. Vários partidos pediram ao STF para ampliar para maio o prazo para registrar as federações na Justiça Eleitoral. O mais provável é que o prazo chegue ao fim sem que se concluam grandes acordos entre as legendas.
A CNN realizará o primeiro debate presidencial de 2022. O confronto entre os candidatos será transmitido ao vivo em 6 de agosto, pela TV e por nossas plataformas digitais.