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    PSB viu “desrespeito” na negociação da reforma ministerial, dizem interlocutores

    Antes do encontro com Lula, integrantes da legenda se queixavam do tratamento dado a Márcio França e cobravam que PT cortasse na própria carne

    Clarissa Oliveira

    A cúpula do PSB foi para o almoço com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta terça-feira (5) incomodada com o tratamento dado ao ministro Márcio França e insatisfeita com as prioridades estabelecidas na negociação da reforma ministerial.

    Nos bastidores, líderes e dirigentes partidários alegaram até mesmo “falta de etiqueta” por parte do time de articulação política. E disseram entender como “desrespeito” o tratamento dado à legenda, que é aliada histórica de Lula.

    Esse era o clima nos bastidores logo antes do encontro de hoje entre a cúpula do PSB e Lula. Interlocutores de França relataram à CNN que o ministro nem sequer foi formalmente avisado de que o Planalto lhe reservava a pasta da Micro e Pequena Empresa no novo desenho, antes que a proposta vazasse para a imprensa. O ministro teria tomado conhecimento do andamento das conversas pela imprensa.

    Embora fosse apenas uma das propostas ventiladas, a ideia de criar a pasta da Micro e Pequena Empresa para França nunca agradou à legenda e nem ao ministro.

    Até porque a pasta nasceria de uma secretaria que já pertence ao PSB, hoje subordinada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, liderado pelo vice Geraldo Alckmin (PSB).

    Seria, segundo relato de pessoas próximas ao ministro, dar ao PSB o que já lhe pertence. Mais do que isso, aponta um integrante da sigla, tal secretaria hoje está sob comando do PSB de Pernambuco. Substituir o ex-deputado e atual secretário Milton Coelho por França alimentaria também a disputa interna dentro da legenda.

    Outro ponto que gerou desgaste, segundo fontes do PSB, foi o fato de o Planalto caminhar para um desenho da reforma no qual o PT não perderia espaço. “Se o PSB vai perder um ministério do tamanho de Portos e Aeroportos, o mínimo era o PT também cortar na própria carne”, disse à CNN uma pessoa próxima às negociações.

    Havia a possibilidade de que nem mesmo o PCdoB tivesse que abrir mão do Ministério da Ciência e Tecnologia, o que também alimentou a insatisfação do PSB.

    Veja também: Lula confessa a Márcio França pressão por ministério

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