PT lutará por apoio de partidos do centrão nas eleições "até o fim"
Intenção é conseguir o máximo de alianças possíveis para tentar reeleger Lula ao Planalto, mas partidos de centro têm se afastado cada vez mais do governo

Em meio a dificuldades de manter uma base aliada ampla ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Congresso e a articulações de partidos visando herdar a vaga de Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2026, o PT ressalta que pretende ter ao seu lado o apoio de lideranças do centrão “até o fim”.
A prioridade do partido é a reeleição de Lula ao Planalto. Portanto, trabalha para que o centrão esteja ao lado do presidente no pleito do ano que vem. No entanto, o grupo tem se distanciado do governo ao longo dos últimos meses, até mesmo siglas com ministérios na gestão petista.
Nesta semana, um jantar em Brasília reuniu caciques do centrão e da direita de olho nas eleições. Estiveram representados União Brasil, PP, Republicanos, PSD, MDB e PL, por exemplo. O foco da conversa foi o fortalecimento do centro e da direita em meio ao julgamento de Bolsonaro, que está inelegível e em prisão domiciliar, e contra as pretensões de Lula de se reeleger.
Também estiveram presentes alguns dos principais governadores de direita tidos como presidenciáveis, como o de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e de Goiás, Ronaldo Caiado (União).
A intenção do PT é se reaproximar desses partidos, sem deixar de dialogar com qualquer liderança.
“A contradição está no campo dos partidos que estão fazendo esse movimento. Não no nosso campo. A entrada dos partidos no governo com ministérios, com lideranças desses partidos, foram decisões dos partidos. E nós vamos continuar dialogando com essas lideranças. São lideranças importantes”, afirmou o presidente nacional do PT, Edinho Silva, no sábado (23).
“Nós vamos, evidentemente, disputar essas lideranças até o fim. Se quiserem estar conosco, serão bem-vindas. Se quiserem nos ajudar a montar os palanques nos estados, serão bem-vindas. [...] Eles entraram no governo, indicaram ministérios, e estamos, portanto, sendo coerentes com a decisão que eles tomaram. Eles não foram obrigados a entrar no governo. Eles entraram porque escolheram estar com o governo Lula”, prosseguiu.
As declarações foram dadas após reunião que elegeu a nova Executiva Nacional do PT, com nova resolução do Diretório Nacional.
O presidente do PT afirmou que Lula vai participar do processo decisório das construções estaduais.
“Quando os cenários estiverem construídos, o processo decisório passa pelo presidente Lula. Temos clareza de que eleições de 2026 vão exigir muito do PT e de aliados.”
Ele também falou que as principais lideranças do partido vão ter que cumprir um papel eleitoral no pleito de 2026.