PT lutará por apoio de partidos do centrão nas eleições "até o fim"

Intenção é conseguir o máximo de alianças possíveis para tentar reeleger Lula ao Planalto, mas partidos de centro têm se afastado cada vez mais do governo

Luciana Amaral, da CNN, Brasília
Executiva nacional do PT, ao centro o presidente, Edinho SIlva  • Anderson Barbosa/PT
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Em meio a dificuldades de manter uma base aliada ampla ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Congresso e a articulações de partidos visando herdar a vaga de Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2026, o PT ressalta que pretende ter ao seu lado o apoio de lideranças do centrão “até o fim”.

A prioridade do partido é a reeleição de Lula ao Planalto. Portanto, trabalha para que o centrão esteja ao lado do presidente no pleito do ano que vem. No entanto, o grupo tem se distanciado do governo ao longo dos últimos meses, até mesmo siglas com ministérios na gestão petista.

Nesta semana, um jantar em Brasília reuniu caciques do centrão e da direita de olho nas eleições. Estiveram representados União Brasil, PP, Republicanos, PSD, MDB e PL, por exemplo. O foco da conversa foi o fortalecimento do centro e da direita em meio ao julgamento de Bolsonaro, que está inelegível e em prisão domiciliar, e contra as pretensões de Lula de se reeleger.

Também estiveram presentes alguns dos principais governadores de direita tidos como presidenciáveis, como o de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e de Goiás, Ronaldo Caiado (União).

A intenção do PT é se reaproximar desses partidos, sem deixar de dialogar com qualquer liderança.

“A contradição está no campo dos partidos que estão fazendo esse movimento. Não no nosso campo. A entrada dos partidos no governo com ministérios, com lideranças desses partidos, foram decisões dos partidos. E nós vamos continuar dialogando com essas lideranças. São lideranças importantes”, afirmou o presidente nacional do PT, Edinho Silva, no sábado (23).

“Nós vamos, evidentemente, disputar essas lideranças até o fim. Se quiserem estar conosco, serão bem-vindas. Se quiserem nos ajudar a montar os palanques nos estados, serão bem-vindas. [...] Eles entraram no governo, indicaram ministérios, e estamos, portanto, sendo coerentes com a decisão que eles tomaram. Eles não foram obrigados a entrar no governo. Eles entraram porque escolheram estar com o governo Lula”, prosseguiu.

As declarações foram dadas após reunião que elegeu a nova Executiva Nacional do PT, com nova resolução do Diretório Nacional.

O presidente do PT afirmou que Lula vai participar do processo decisório das construções estaduais.

“Quando os cenários estiverem construídos, o processo decisório passa pelo presidente Lula. Temos clareza de que eleições de 2026 vão exigir muito do PT e de aliados.”

Ele também falou que as principais lideranças do partido vão ter que cumprir um papel eleitoral no pleito de 2026.