PT vai disputar ministros e lideranças com saída do União-PP, diz Edinho

Segundo presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, sigla não ficará "passiva" e conversas para a permanência dos políticos no governo já estão em curso

Camila Tíssia e Maria Clara Matos, da CNN, Salvador e São Paulo
Edinho Silva, presidente nacional do PT (Partido dos Trabalhadores)  • CNN
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O presidente nacional do PT (Partido dos Trabalhadores), Edinho Silva, afirmou neste sábado (6) que a legenda não ficará "passiva" diante do aviso de desembarque da federação União Progressista do governo Lula, e que irá atrás da disputa pelas lideranças políticas das siglas — incluindo os ministros.

Como mostrou a CNN, o PP e o União Brasil deram um prazo de 30 dias para que filiados às siglas liderando pastas na Esplanada dos Ministérios desembarquem do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A medida é direcionada aos ministros André Fufuca (PP-MA), que comanda o Ministério do Esporte, e ao ministro Celso Sabino (União Brasil-PA), do Turismo. Contudo, um acordo prevê que outros dois ministros permaneçam em seus cargos: Frederico Siqueira, das Comunicações, e Waldez Góes, que gere o ministério do Desenvolvimento Regional.

Ambos foram indicados pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), a quem Lula também delegou a decisão do desembarque. 

"Penso que é uma escolha que esses partidos estão fazendo, o que não significa que nós vamos dar de barato nesse movimento. Nós vamos disputar as lideranças dessas dois partidos, dialogando com respeito as diferenças partidárias, mas vamos dialogar com as lideranças, com os deputados e senadores que sempre votaram com o governo e que querem continuar votando", afirmou Edinho à imprensa durante evento do PT em Salvador.

"Vamos disputar as lideranças desses dois partidos, principalmente os ministros. O governo está dialogando, eu como presidente do partido também tenho dialogado com eles. Se eles quiserem ficar no governo eles terão todo o apoio e todo o suporte necessário", acrescentou ele.

O líder partidário também classificou o caso como uma "disputa política" e que é algo natural na democracia, mas que não deve afetar o cenário eleitoral para o presidente Lula caso o mesmo deseje concorrer à reeleição em 2026.

O União Brasil e o PP (Progressistas) formalizaram a federação política em agosto deste ano. Com o movimento, União-PP passa a ter a maior bancada da Câmara, com 109 deputados, além de agora 14 cadeiras no Senado.