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    Quero saber quem são os nomes citados por hacker, diz Múcio

    Walter Delgatti Neto falou, em depoimento à Polícia Federal, sobre pessoas que o teriam recebido no Ministério da Defesa em 2022 para tratar sobre a eleição presidencial

    Tiago Tortellada CNN , São Paulo

    O ministro da Defesa, José Múcio, reforçou, nesta quinta-feira (21), que solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) os nomes citados pelo hacker Walter Delgatti Neto em depoimento à Polícia Federal (PF) das pessoas que o teriam recebido no Ministério da Defesa em 2022 para tratar sobre as eleições presidenciais.

    Ele ressaltou que a pasta da Defesa não abriu procedimentos internos sobre o caso nem levantou quais seriam as punições exatamente por não ter os nomes dessas pessoas.

    Veja também: Múcio diz que Forças Armadas não se interessaram por golpe

    “Tenho horror a desconfiar, [pois se] começa a suspeitar de pessoas que estão do nosso lado. Quando tivermos os nomes, aí poderemos ser cobrados pelo que fizemos”, pontuou.

    Múcio explicou que havia conversado com o delegado-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, que disse que o caso corre em segredo de Justiça. Então, os dados foram solicitados ao relator do caso no Supremo, Alexandre de Moraes, ainda segundo o ministro.

    A fala do chefe da Defesa aconteceu após ser perguntado se já havia solicitado ao STF as informações da delação premiada de Mauro Cid.

    Delação de Mauro Cid

    Sobre a delação premiada de Mauro Cid à PF, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), na qual ele disse que o ex-presidente discutiu plano de golpe com a cúpula das Forças Armadas, José Múcio destacou que Exército, Marinha e Aeronáutica “não queriam absolutamente golpe”.

    “Desejamo que tudo isso seja esclarecido para largarmos de vez essa aura de suspeição sobre todos, punirmos só verdadeiros culpados e tirarmos esses outros que ajudaram o país e não participaram”, colocou.

    Sobre o ex-comandante da Marinha Almir Garnier, que, segundo Cid, tinha intenções golpistas, o ministro da Defesa comentou:

    “Olha, ele não me recebeu para conversar, depois nós nos encontramos, eu conversei, mas era uma posição pessoal, havia um presidente eleito, um presidente empossado, a Justiça promulgou, de maneira que estávamos 100% do lado da lei, mas ele não.”

    O que dizem as defesas?

    Em nota, a defesa de Mauro Cid cita as matérias da imprensa sobre “possíveis reuniões com a cúpula militar para avaliar golpe no país” e afirma que “não tem os referidos depoimentos, que são sigilosos, e por essa mesma razão não confirma seu conteúdo”.

    Os advogados de defesa de Jair Bolsonaro (PL) emitiram um comunicado alegando que o ex-presidente “jamais compactuou” com qualquer movimento ilegal. Eles afirmam que o ex-presidente “durante todo o seu governo jamais compactuou com qualquer movimento ou projeto que não tivesse respaldo em lei, ou seja, sempre jogou dentro das quatro linhas da Constituição Federal”.

    A defesa ainda alega que Bolsonaro “jamais tomou qualquer atitude que afrontasse os limites e garantias estabelecidas pela Constituição e, via de efeito, o Estado Democrático de Direito”.

    Por fim, os advogados afirmaram que vão adotar “medidas judiciais cabíveis contra toda e qualquer manifestação caluniosa, que porventura extrapolem o conteúdo de uma colaboração que corre em segredo de Justiça, e que a defesa sequer ainda teve acesso”.

    Marinha do Brasil divulgou uma nota à imprensa esclarecendo que “não teve acesso ao conteúdo de delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid” e “não se manifesta sobre processos investigatórios em curso no âmbito do Poder Judiciário”.

    No comunicado, a Marinha ainda reafirma que “pauta sua conduta pela fiel observância da legislação, valores éticos e transparência”. E reitera que “eventuais atos e opiniões individuais não representam o posicionamento oficial da Força e que permanece à disposição da justiça para contribuir integralmente com as investigações”.

    CNN também entrou em contato com Exército e Aeronáutica, mas ainda não teve retorno.

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