Sem obstáculo no Congresso, MP do Pix deve ter disputa por "apadrinhamento"

Medida reforça gratuidade do Pix e é resposta a repercussões negativas e fake news relacionadas à instrução normativa, já revogada, da Receita

Danilo Moliterno, da CNN, São Paulo
Plenário da Câmara dos Deputados durante sessão conjunta do Congresso Nacional
Plenário da Câmara dos Deputados durante sessão conjunta do Congresso Nacional  • Edilson Rodrigues/Agência Senado
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A medida provisória (MP) publicada pelo governo federal para garantir a gratuidade do Pix não encontrará resistências no Congresso Nacional — garante a própria oposição. A disputa na tramitação deve girar em torno do “apadrinhamento” do texto, preveem os parlamentares.

Em entrevista à CNN, o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), que será líder do PL com o retorno do recesso parlamentar, disse que não haverá "jogo duro" com a proposição e deu o tom que a oposição pretende adotar: “se eles querem referendar uma visão que já era nossa, de que o Pix não deve ser taxado, que assim seja".

"A oposição venceu a disputa na comunicação. E o governo, agora, quer se limpar deste lamaçal, com esta MP, tentar ganhar a narrativa", afirmou.

Já os parlamentares de situação pretendem reforçar a mensagem de que não houve, em momento algum, intenção de tributar o Pix, tanto é que a gestão federal teve iniciativa de publicar uma MP para reforçar a gratuidade da ferramenta, disse, à CNN, o deputado Alencar Santana (PT-SP), vice-líder do governo na Câmara.

"O governo nunca cogitou taxar o Pix. Inclusive, temos que destacar que o único a aventar isso um dia foi o Paulo Guedes [ministro da Economia no governo de Jair Bolsonaro]. Agora cabe ao governo ter uma comunicação ativa para deixar isso claro", disse.

A instrução normativa da Receita Federal expandia a fiscalização entre meios de pagamentos. O texto não previa tributar o Pix, porém resultou em fake news e críticas nas redes sociais. A medida foi revogada pelo governo federal após a repercussão negativa.