Senador da oposição defende que Lula “abra diálogo” para evitar taxações

Cleitinho (Republicanos-MG) afirma ainda que investigação sobre Pix e 25 de Março são intervenções na soberania nacional

Ester Cauany, da CNN*, Brasília
Senador Cleitinho (Republicanos-MG) defendeu a soberania nacional  • Jefferson Rudy/Agência Senado
Compartilhar matéria

O senador Cleitinho (Republicanos-MG) defendeu, nesta quarta-feira (16), que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) “abra diálogo” com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para evitar que tarifas de 50% sobre importações brasileiras sejam colocadas em prática a partir de 1° de agosto.

“Eu espero que os EUA e o Trump não façam isso, que venha o Lula e o [vice-presidente Geraldo] Alckmin, que está articulando isso, abrir um diálogo para que isso não venha acontecer aqui no Brasil”, disse o senador, que ressaltou defender a soberania nacional acima de ideologias partidárias.

No passado, Cleitinho fez críticas constantes a decisões do governo, principalmente a medidas econômicas anunciadas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

“Eu deixo qualquer ideologia pra trás, o Brasil não pode estar acima de ideologia não.”, afirma. “Eu sou contra qualquer tarifaço, do que adianta vir aqui todo dia e dizer não vamos aumentar taxa, vamos diminuir imposto, brigando com o Haddad para que ele não taxe mais, não crie mais imposto.”

Investigação norte-americana

Cletinho também saiu em defesa do país na investigação aberta pelo USTR (Escritório do Representante de Comércio dos Estados Unidos) contra o Brasil em seis frentes de apuração, que miram desde o Pix até a 25 de Março, rua comercial em São Paulo.

“A 25 de Março desde que eu me entendo por gente já existe, não veio agora por conta do presidente Lula não. O Pix, foi criado, inclusive durante o governo Bolsonaro.”

“Que acabe essa taxação de 50% e que não venham intervir no Brasil, nessa situação do Pix e da 25 de Março”, concluiu.

Sobre a ferramenta bancária, o relatório afirma que o Brasil “parece adotar práticas desleais em relação aos serviços de pagamento eletrônico”, incluindo o favorecimento aos “serviços de pagamento eletrônico desenvolvidos pelo governo”.

Já a 25 de Março é citada na seção sobre “Proteção de propriedade intelectual”. O USTR alega que “a região tem permanecido, por décadas, como um dos maiores mercados de produtos falsificados, apesar das operações realizadas para combatê-la”.

*Sob supervisão de Douglas Porto