STF forma maioria para fixar parâmetros objetivos que diferenciem usuário de maconha e traficante

Não há ainda, no entanto, decisão sobre alguma proposta específica para a situação; julgamento da descriminalização do uso pessoal foi interrompido com placar de 5 a 1

Lucas Mendes, da CNN, Brasília
Sessão plenária do STF
Julgamento do STF deverá balizar casos similares em todo o país sobre o consumo de maconha  • Carlos Moura/SCO/STF
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O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria, por 6 a 0, nesta quinta-feira (24), sobre a necessidade de fixar parâmetros objetivos para diferenciar usuário de maconha e traficante. No entanto, não há nenhuma maioria sobre alguma proposta específica para isso.

Os ministros que votaram a favor do entendimento foram:

Uma das propostas é a do ministro Alexandre de Moraes, que fixa o porte de 25 a 60 gramas ou de seis plantas fêmeas, mas considera também outros critérios.

Luís Roberto Barroso havia votado anteriormente para fixar em 25 gramas a diferenciação. Nesta quinta, ele propôs aumentar para 100 gramas. Há ainda a proposta apresentada por Edson Fachin, de que cabe ao Congresso Nacional fazer essa definição.

Descriminalização da maconha

O julgamento no STF que decide a questão da descriminalização da maconha para uso pessoal no Brasil, retomado na tarde desta quinta-feira (24), foi interrompido após um pedido de vista (mais tempo para avaliar) do ministro André Mendonça.

O placar ficou em 5 a 1 pela descriminalização. Se houver mais um voto a favor e já haverá maioria também pela descriminalização.

MinistroSimNão
Gilmar MendesX
Edson FachinX
Luís Roberto BarrosoX
Luiz Fux
Alexandre de MoraesX
Rosa WeberX
Cármen Lúcia
Nunes Marques
André Mendonça
Dias Toffoli
Cristiano ZaninX

Antes de Mendonça pedir vista, o ministro Cristiano Zanin votou contra a descriminalização do porte de maconha para consumo próprio.

O magistrado propôs que seja fixado um critério objetivo para diferenciar usuário de traficante. Para ele, o critério deve ser de 25 gramas de maconha ou de seis plantas fêmeas.

Próxima da aposentadoria, a ministra Rosa Weber decidiu antecipar seu voto, a favor da descriminalização.

Veja também: Descriminalizar porte de maconha para uso pessoal é um “equívoco grave”, diz Pacheco

Às 16h10 desta quinta, a Corte já contava com um placar de 4 a 0 a favor da decisão, sendo eles dos ministros Gilmar Mendes, Alexandre de Moraes, Edson Fachin e Luís Roberto Barroso.

O caso gira em torno da constitucionalidade do artigo 28 da Lei de Drogas, de 2006. A norma estabelece que é crime adquirir, guardar ou transportar drogas para consumo pessoal. O entendimento firmado pelo STF neste julgamento deverá balizar casos similares em todo o país.

*Publicado por Pedro Jordão, da CNN em São Paulo