STF prorroga por 60 dias inquérito sobre pagamento indevido a Renan Calheiros
Senador é suspeito de irregularidades em obras do Canal do Sertão, em Alagoas
O ministro Marco Aurélio, do Supremo Tribunal Federal, prorrogou por mais 60 dias um inquérito que apura a acusação de recebimento de vantagem indevida do senador Renan Calheiros (MDB-AL) na construção do Canal do Sertão, em Alagoas.
A decisão do ministro se deu após informações do delegado de Polícia Federal Wedson Cajé Lopes, que apontou a necessidade de novas medidas investigativas, a partir dos depoimentos de Marcelo de Oliveira Cerqueira e Carlos José Fadigas de Souza Filha, contendo tratativas sobre pagamentos indevidos ao senador.
Segundo delações anteriores de ex-executivos da Odebrecht, houve o pagamento de propina ao senador Renan Calheiros e ao adversário dele, o ex-governador Teotônio Vilela (PSDB), em troca de benefícios relacionados às obras de construção do Canal do Sertão Alagoano.
O ex-presidente do Senado e o filho, Renan Filho (PMDB), atual governador, são acusados de receber R$ 1,3 milhão da Odebrecht. Para Teotônio, os delatores disseram ter pago R$ 2,8 milhões, só no período em que ele era governador e um dos responsáveis diretos pelo canal.
Delações
Com base em outras declarações do colaborador João Antônio Pacífico, a Procuradoria-Geral da República pediu a instauração de inquérito para apurar a informação de que senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) pediu, em 2013 quando ocupava o cargo de ministro da Integração Nacional, teria solicitado vantagem indevida à Odebrecht no âmbito das obras do Canal do Sertão alagoano, cujos recursos federais eram liberados pela pasta.
Figuravam originariamente no inquérito apenas o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) e seu filho, o governador de Alagoas, Renan Filho (PMDB-AL). Entretanto, em 2018, a 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal, manteve na Justiça Federal de primeiro grau da Seção Judiciária de Alagoas investigação contra o senador Fernando Bezerra Coelho porque o suposto recebimento de vantagens para utilização na campanha eleitoral de 2014 não tem relação com o mandato atual.