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    Super mulheres negras, ativar

    Apesar de não existirem muitas heroínas negras nos HQs, na vida real o avanço das mulheres negras sobre espaços de poder não tem volta. São referências para as próximas gerações

    Basília Rodriguesda CNN , em Brasília

    Neste dia da mulher negra, 25 de julho, tentei puxar da memória uma lista de heroínas negras, aquelas de filme, vestidas com roupa a caráter e missões do tipo: salvar o mundo. Não apareceram muitos nomes. Como resultado dos meus 30 e poucos anos, veio a imagem da Tempestade, aquela que possui o poder de dominar a chuva e o vento, do X-men (2000). Lembrei também da contraditória Mulher Gato (2004), do filme Batman, que também teve versão protagonizada por uma atriz negra. Ironicamente, esses dois personagens foram representados por uma mesma Halle Berry, a primeira negra a ganhar o Oscar de melhor atriz por sua atuação em A Última Ceia (2001).

    O nosso pensamento é assim, treinado a nos levar para referências sobre tudo. Não dizem mesmo que tudo o que é visto, é lembrado? Não lembrei de muitas heroínas negras, como também não há muitas mulheres ricas, personagens principais de novela das 21h, doutoras, políticas, jornalistas… elas até existem em menor ou maior quantidade mas não são exatamente vistas.

    Direto do castelo, Tiana vai segurando as pontas com Jasmine e Pocahontas, até que cheguem também outras princesas negras. No mundo mágico, elas andam em falta.

    No mundo real, uma mulher branca protagoniza a historia oficial, a dos livros, sobre o fim da escravidão no Brasil, como uma heroína. Mas pouco se fala das mulheres negras abolicionistas.

    Já passou o tempo em que ver mulheres negras em papéis menores, desamparadas de poderes, ou da atenção do público, atendia. Nunca foi suficiente e a cada desdobramento da História, eu vejo mais mulheres negras no lugar onde elas sempre deveriam ter estado. Este é um caminho sem volta e, com certeza, as novas gerações terão bem mais referências do que as minhas. Obrigada, Viola Davis e Lupita Nyong’o.

    Bem mais atuais, as guerreiras de Wakanda passaram a figurar no time de heroínas. O país fictício preenche lacunas desse rol de referências que mulheres adultas, como eu, não tiveram a oportunidade de ver. Quando a idade chegar para as meninas de hoje, elas terão mais memórias de mulheres negras dentro deste vasto universo de ícones, que seguem no imaginário de crianças, adolescentes até depois de adultas como exemplo de que elas podem ser o que quiserem.

    Super mulheres negras, ativar!

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