Nunca vi golpe com "20 pés de chinelo", diz Valdemar sobre 8 de Janeiro
Em evento partidário em SP, presidente do PL diz que conta com Trump "do nosso lado" e que é preciso chegar em um "equilíbrio em Brasília"
O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, chamou os manifestantes presentes nos ataques de 8 de Janeiro de "pés de chinelo" e negou que houvesse alguma pretensão golpista nos atos.
"Nunca vi golpe com 20 pés de chinelo quebrando as coisas lá em Brasília", disse Valdemar, em evento partidário em São Paulo nesta segunda-feira (1º).
A declaração de Valdemar ocorre na véspera do início do julgamento que coloca o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no banco dos réus por integrar o que seria um plano de golpe contra o resultado da eleição de 2022.
O julgamento pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) começa nesta terça-feira (2).
Em denúncia, a Procuradoria-Geral da República (PGR) sustentou que Bolsonaro seria o "líder" do plano e classificou os ataques contra os Três Poderes como o "último ato da trama golpista".
Para Valdemar, Bolsonaro "não cometeu nenhum crime" e "não cometeu nenhum golpe". "Espero que eles (STF) tenham juízo e equilíbrio nesse julgamento", afirmou.
O líder nacional do PL também disse que "temos o Trump do nosso lado", em referência ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
O governo Trump tem pressionado o STF a recuar no julgamento de Bolsonaro, seja com imposição de sanções contra o relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, seja por meio de tarifas comerciais com justificativas políticas.
"Nós vamos ter que chegar no equilíbrio em Brasília para ver o que é melhor para o nosso país. E eu espero que o Supremo, que é o órgão máximo da justiça brasileira, tenha essa visão, para que encontre o melhor caminho para o país", declarou Valdemar.
Valdemar esteve em São Paulo para prestigiar a posse do vereador Lucas Pavanato como presidente da ala jovem do partido no estado. O líder partidário voa ainda nesta segunda para Brasília, onde vai acompanhar o início do julgamento da ação penal sobre o plano de golpe.