Vereadora diz que se sentiu intimidada em audiência sobre privatização da Sabesp

Luana Alves e Rubinho Nunes discutiram no plenário durante a apreciação da questão

Douglas Porto, Stêvão Limana e Henrique Sales Barros, da CNN, São Paulo
Discussão entre os vereadores Luana Alves e Rubinho Nunes na Câmara de São Paulo  • Reprodução/Twitter
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A vereadora paulistana Luana Alves (PSOL) diz que se sentiu intimidada por seu colega Rubinho Nunes (União) durante a audiência sobre privatização da Sabesp na Câmara Municipal de São Paulo nesta quinta-feira (2).

Em um vídeo publicado nas redes sociais, os dois aparecem discutindo, quando Rubinho levanta e aponta o dedo para Luana. Posteriormente, os dois são separados pelos demais congressistas que se encontravam no local.

Durante entrevista coletiva, Luana disse que o parlamentar "teve uma ação intimidadora" contra ela.

Isso está em vídeo. Todo mundo viu amplamente. Ele tentou me tirar do lugar que eu estava. Teve que ser segurado por outro vereador. Se eu não fosse mulher, ele não teria essa ação
Luana Alves

Rubinho, por sua vez, disse que não teve agressão e que a vereadora "estava exaltada, se levantou da cadeira dela e veio até mim aos berros".

Eu respondi à altura, também aos berros. Foi um debate acalorado. Nada além disso. Foi a costumeira postura vitimista do PSOL: primeiro o debate, depois se faz de coitadinho. Jamais agredi qualquer pessoa, muito menos uma mulher
Rubinho Nunes

Por que os vereadores estão votando a questão?

A adesão da capital paulista à privatização da Sabesp precisa ser discutida entre os vereadores porque uma lei de 2009, que autoriza o Executivo paulistano a celebrar contratos com a empresa, determina a extinção automática da parceria se o “estado vier a transferir o controle acionário da Sabesp à iniciativa privada”.

A privatização da estatal foi aprovada pelos deputados estaduais de São Paulo em dezembro de 2023 e sancionada pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).

A aprovação pela Câmara Municipal é vista como um passo importante para a desestatização, dada a alta contribuição da capital para as contas da companhia. Entre os cerca de 370 municípios atendidos pela Sabesp, a cidade de São Paulo responde por algo entre 45% e 50% da receita total da companhia.