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    Waack: Bolsonaro empenhou-se em subverter a ordem

    O ex-ajudante de ordens Mauro Cid fez sua delação premiada à Policia Federal

    William Waackda CNN , São Paulo

    A palavra de um delator vale tanto quanto ele consegue provar.

    E se Mauro Cid, o ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), conseguir comprovar o que delatou à Polícia Federal, teremos a indicação até aqui mais eloquente de como um aventureiro político tentou arrastar as Forças Armadas para dar um golpe após ser derrotado nas eleições do ano passado.

    Diz o delator que Bolsonaro levou aos comandantes das Forças um roteiro escrito para evitar a posse de Lula, sendo acolhido apenas pelo então comandante da Marinha.

    O que Cid não precisou delatar é o fato de que Bolsonaro já vinha tentando, como podia, envolver os militares em sua aventura política, um longo processo que precedeu a derrota nas urnas.

    Os fatos mostram que esse esforço não deu certo no principal: não houve golpe militar. No entanto, causou, e continua causando, severo estrago na instituição das Forças Armadas.

    É um arraso considerável, mesmo com os atuais comandantes reiterando que o comportamento de indivíduos não significa o comprometimento das instituições.

    Bolsonaro empenhou-se em subverter a ordem, os princípios e a própria liturgia do cargo que ocupou, apelando a charlatães, oportunistas e oficiais subalternos, com destaque para Mauro Cid, para tratar de políticas de Estado, como saúde e relações exteriores.

    Emporcalhou a imagem do país, entregou-se aos hábitos políticos que prometera erradicar e acabou sendo o melhor cabo eleitoral de seu próprio adversário.

    O conteúdo da delação de Cid precisa ser provado, como dissemos, mas já é uma espécie de testamento, o de um chefe político incompetente e incapaz de organizar qualquer coisa, mesmo que fosse um golpe.

     

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