Waack: Lula falta à festa de Putin, mas não se livra da conta
Influência do Brasil no exterior tem sido inversamente proporcional ao seu tamanho
Impedido de viajar ao exterior por conta de um acidente doméstico, sobrou para Lula medir forças por videoconferência com a Rússia, a China e o Irã.
É que a China, a Rússia e o Irã querem colocar a Venezuela no grupo dos Brics.
O governo brasileiro é contra.
Não pelo fato de a Venezuela ser uma ditadura — os Brics estão hoje cheios de autocracias ou regimes fortes.
Mas pelo fato de diluir ainda mais a influência que o Brasil pensa ter nos Brics.
Foi assim quando o grupo se expandiu por insistência da China.
O Brasil não queria, mas a China queria.
Ganhou a China, cuja liderança nos Brics tem um alvo bem claro: destronar os Estados Unidos como principal potência do planeta.
No caminho, tirando o dólar como principal moeda de reserva.
Na prática, o governo Lula tem grandes simpatias por esse curso de ação. Em nome de um tal de Sul Global e de um antiamericanismo infantil.
Ocorre que a influência do Brasil no exterior tem sido inversamente proporcional ao seu tamanho.
O país perdeu a capacidade de exercer liderança até mesmo no seu entorno imediato.
Venezuela e Argentina, cada uma a seu modo, são exemplos disso. E nos Brics?
O grupo é tratado como bloco, tem o tamanho de um grande bloco, mas, de tão heterogêneo, não tem condições de agir como bloco.
Serve, porém, às estratégias chinesas — que não querem impor valores, princípios, direitos… esse tipo de coisa.
Querem apenas cuidar dos próprios interesses. E os do Brasil?
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