Bolsonaro: Não sou médico; pelo que ouvi outras gripes mataram mais
Presidente ainda negou ter convocado população para protestos de domingo, apesar de ter estimulado presença popular dias antes
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira (11), que ainda deve conversar com o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, sobre a situação do surto do novo coronavírus. “Vou ligar para o Mandetta agora a pouco. Eu não sou médico, eu não sou infectologista. O que eu ouvi até o momento, outras gripes mataram mais do que essa”, disse.
Questionado se a disseminação do COVID-19 poderia atrapalhar a convocação para as manifestações do próximo domingo (15), o presidente não respondeu e negou ter convocado a população para os atos. “Eu não convoquei ninguém, pergunta para quem convocou”, declarou.
No sábado (7), entretanto, Bolsonaro voltou a citar os atos do próximo domingo e chegou a dizer: “Participem e cobrem de todos nós o melhor para o Brasil”. Na ocasião, ele destacou que as manifestações eram “pró-Brasil” e não contra o Congresso Nacional e o Judiciário.
Pandemia
Nesta quarta-feira, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou o coronavírus uma pandemia, quando o estágio de transmissão de uma doença é global. A organização informou que 118 mil pessoas foram diagnosticadas com o vírus em 114 países e territórios. Os números da OMS indicam 4.291 mortes pela doença até o momento.
O ministro Mandetta compareceu hoje à Câmara dos Deputados para falar sobre o assunto. A última atualização do Ministério registrou 52 casos de infecção pelo COVID-19, em oito estados. Os casos suspeitos são 907 e os descartados já são 935. Os confirmados se dividem em 30 em São Paulo, 13 no Rio de Janeiro, dois na Bahia, dois no Rio Grande do Sul, dois no Distrito Federal, um no Espírito Santo, um em Alagoas e um em Minas Gerais.