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    Com redução no fornecimento de doses da BCG, estados fazem racionamento da vacina

    Segundo Ministério da Saúde, a situação de instabilidade no repasse do imunizante deve durar sete meses. A BCG é uma das primeiras vacinas dada a recém-nascidos e previne contra a tuberculose

    Iuri Corsinida CNN* , no Rio de Janeiro

    Com a redução do fornecimento das vacinas BCG por parte do Ministério da Saúde (MS), alguns estados já começaram o racionamento do imunizante, no intuito de evitar o desabastecimento. A situação de instabilidade, segundo o ministério, deve se estender pelos próximos sete meses. Apesar de nenhum estado ter alegado que há falta da vacina neste momento, ao menos 12 deles informaram à CNN que já trabalham de forma a otimizar e racionar o medicamento.

    O frasco da vacina BCG é multidose e, após aberto, é necessário utilizar todo o conteúdo em até seis horas. Com isso, as secretarias de Saúde estaduais têm enviado as recomendações de racionamento aos municípios, como o estado do Pará, por exemplo.

    “A Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa) informa que, até o momento, não há desabastecimento da vacina BCG no Pará. Entretanto, o Ministério da Saúde reduziu o repasse do imunizante e deu um prazo de sete meses para solucionar o problema, a contar do mês de abril. Para que não haja o desabastecimento da BCG nos municípios, as Secretarias Municipais de Saúde estão sendo orientadas a racionar e otimizar o uso do imunizante durante o período previsto.

    Outra estratégia que está sendo amplamente adotada é o agendamento da aplicação da vacina e a centralização dos locais de aplicação, disponibilizando a BCG apenas em lugares como, por exemplo, as maternidades.

    Em nota, o MS informou que a redução foi feita por conta da tramitação do processo de aquisição, que envolve compra, o desembaraço alfandegário e autorização pela Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para a entrada do produto no país, que posteriormente é enviado para análise do controle de qualidade do Instituto Nacional de Controle de Qualidade da Fundação Oswaldo Cruz (INCQS / Fiocruz) antes de ser distribuído para os postos de saúde de todo o país.

    A BCG é uma das primeiras vacinas dada a recém-nascidos e previne contra a tuberculose. No Brasil, a recomendação é para que seja aplicada nos primeiros dias de vida, mas pode ser administrada até os quatro anos de idade da criança.

    De acordo com o DataSUS, até agora, o Brasil atingiu 41,3% da cobertura vacinal da BCG em 2022. O PNI tem como meta vacinar pelo menos 90% do público-alvo com a BCG. Em 2021 e 2020, a cobertura foi de 68,6% e 74,7%, respectivamente.

    Os dados publicados na edição mais recente do Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde mostram que cerca de 68 mil pessoas adoeceram por tuberculose em 2021.

    O coeficiente de incidência da tuberculose no Brasil é de 32 casos por 100 mil habitantes. O Brasil faz parte da lista de países prioritários para o enfrentamento à doença pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

    *Com informações de Beatriz Puente

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