Comorbidades: o que você precisa saber para tomar a vacina contra a Covid-19
Entenda por que pessoas com comorbidade têm prioridade, quais são as doenças elencadas e como comprová-las
Nesta quinta-feira (20), o Ministério da Saúde incluiu no Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra Covid-19 (PNO) pessoas com doenças neurológicas no grupo das comorbidades (quem tem duas ou mais doenças ao mesmo tempo). Esse é o grupo mais numeroso entre os contemplados na campanha de vacinação contra a Covid-19 no país – mais de 18 milhões de pessoas (veja a lista abaixo).
À medida que esse rol aumenta, surgem novas dúvidas sobre quais enfermidades estão elencadas e o que é preciso para comprovar o estado de saúde para garantir a imunização. Veja a respostas para as principais:
1. Como saber quais comorbidades dão direito à vacina na minha cidade?
Estados e municípios têm autonomia para adotar o calendário proposto no PNO ou fazer alterações nos grupos prioritários. Por isso, é indicado procurar informações sobre a vacinação com a prefeitura ou secretaria municipal de saúde de sua cidade, responsáveis por divulgarem o cronograma de vacinação local.
2. Como comprovar que tenho comorbidade?
Pessoas com comorbidades: é preciso ter entre 18 e 59 anos (pessoas a partir de 60 anos entram no grupo dos idosos, que são prioritários também) e apresentar exame, receita ou relatório médico com descritivo da condição de saúde, ou CID da doença (código internacional da doença), assinado e carimbado com o registro do CRM do médico, em versão original.
Para quem já é atendido pela doença no Sistema Único de Saúde (SUS), basta levar o Cartão Nacional de Saúde e o documento com CPF.
Pessoas com deficiência permanente: devem comprovar que são beneficiárias do BPC (Benefício de Prestação Continuada), que é um salário-mínimo distribuído pelo governo mensalmente, mediante comprovação da incapacidade de trabalhar ou de participar de atividades sociais.
Gestantes e puérperas com comorbidades: devem confirmar a comorbidade com laudo, exame ou atestado médico em conjunto com o cartão do pré-natal. Às puérperas é recomendado levar uma declaração do nascimento do bebê ou sua certidão de nascimento.
Gestantes com comorbidades que ainda não tomaram a vacina podem ser imunizadas com a Coronavac ou com a vacina da Pfizer. As gestantes e puérperas (incluindo as sem fatores de risco adicionais) que já tenham recebido a primeira dose de um destes imunizantes deverão completar o esquema com a mesma vacina nos intervalos habituais.
Pessoas com deficiência permanente (não cadastradas no BPC): poderão se vacinar após a imunização das pessoas com comorbidades. Para comprovar sua condição, precisam apresentar um laudo médico que indique a deficiência ou documentos que indiquem a condição (cartões de gratuidade no transporte público; documentos de atendimento em centros de reabilitação ou unidades especializadas; documento oficial de identidade com a indicação da deficiência ou qualquer outro documento que indique a condição).
3. Quem deve tomar a vacina primeiro?
Como o grupo é muito numeroso, o PNO dividiu a vacinação de pessoas com comorbidades em duas fases, sugerindo prioridades. A ordem, porém, vai ser definida pelos gestores de cada município.
Fase 1:
- Com Síndrome de Down acima de 18 anos;
Com doença renal crônica em terapia de substituição renal (diálise) acima de 18 anos;
Gestantes e puérperas com comorbidades, acima de 18 anos;
Com comorbidades, de 55 a 59 anos;
Com deficiência permanente cadastradas no Programa de Benefício de Prestação Continuada (BPC) de 55 a 59 anos.
Fase 2:
- Comorbidades e deficiência permanente cadastradas no BPC, de 50 a 54 anos; 45 a 49 anos; 40 a 44 anos; 30 a 39 anos e 18 a 29 anos (nesta ordem).
4. Por que pessoas com comorbidade têm prioridade na vacinação?
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 80% das pessoas com Covid-19 se recuperam da doença sem precisar de tratamento hospitalar. Uma em cada seis pessoas infectadas pelo SARS-CoV-2 ficam gravemente doentes e desenvolvem dificuldade de respirar. Entretanto, idosos e pessoas com comorbidades têm maior risco de ficar gravemente doentes se contraírem o coronavírus.
Dados da OMS também demonstraram que o diabetes, a doença renal crônica e outras pneumopatias crônicas são as comorbidades que trazem maior risco de hospitalizações e mortes em caso de Covid-19.