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    Consumo de cafeína durante a gravidez pode afetar a vida dos filhos, diz estudo

    Filhos de pais que consumiram a substância mostraram ser mais baixos em estatura aos 4 anos

    Madeline Holcombe

    Começar o dia com uma xícara quente de café ou chá com cafeína pode parecer divino para alguns, mas pode ter impactos negativos para os filhos de pessoas grávidas, de acordo com um novo estudo.

    As crianças que foram expostas a pequenas quantidades de cafeína antes do nascimento foram, em média, mais baixas do que as crianças de pessoas que não consumiram cafeína durante a gravidez, de acordo com o estudo publicado na JAMA Network Open.

    Filhos de pais que consumiram cafeína enquanto estavam no útero mostraram ser mais baixos em estatura aos 4 anos do que aqueles cujos pais não consumiram – e a diferença aumentou a cada ano até os 8 anos, de acordo com a principal autora do estudo, a Dra. Jessica Gleason, epidemiologista perinatal.

    “Para ser claro, essas não são grandes diferenças de altura, mas existem pequenas diferenças de altura entre os filhos de pessoas que consumiram cafeína durante a gravidez”, disse Gleason, pesquisadora do de saúde infantil e desenvolvimento humano do Instituto Nacional Eunice Kennedy Shriver.

    O Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas atualmente recomenda limitar o consumo de cafeína a menos de 200 miligramas por dia durante a gravidez.

    Para contextualizar, uma caneca de chá com cafeína normalmente tem cerca de 75 miligramas de cafeína, uma caneca de café instantâneo tem cerca de 100 miligramas e uma caneca de café filtrado tem cerca de 140 miligramas, de acordo com a Cleveland Clinic. E até mesmo o chocolate tem cerca de 31 miligramas de cafeína.

    As diferenças encontradas no estudo mais recente foram registradas mesmo em filhos de pais que bebiam menos de meia xícara de café por dia durante a gravidez – bem abaixo das diretrizes atuais, disse Gleason. Não está claro se este estudo mostra efetivamente a relação entre o consumo materno de cafeína e a altura da criança, de acordo com o Dr. Gavin Pereira, professor de epidemiologia e bioestatística da Curtin University, na Austrália. Pereira não participou do estudo.

    “A correlação observada neste estudo pode ser explicada pela existência de uma causa comum de consumo de cafeína e restrição de crescimento, por exemplo, pobreza, estresse e fatores alimentares”, disse Pereira em comunicado ao Science Media Center.

    Por que a preocupação com a baixa estatura?

    Se a menor altura na primeira infância persistisse na idade adulta, haveria uma chance de essas crianças enfrentarem o risco de resultados cardiometabólicos ruins, como doenças cardíacas e diabetes, que estão associadas à menor estatura. Mas ainda não há como saber se a diferença persistiria na idade adulta, e estudos como este, que se concentram nos resultados da população, não são motivo para famílias individuais entrarem em pânico, pontuou Gleason.

    Essas tendências em nível populacional devem ser tomadas em conjunto com outras pesquisas para que as organizações reavaliem suas recomendações, apontou a pesquisadora.

    No passado, havia estudos inconsistentes sobre se o consumo de cafeína durante a gravidez afetava o feto, mas as evidências se reuniram nos últimos anos, disse Gleason.

    Uma meta-análise de 2015 que revisou todas as pesquisas existentes descobriu que existe uma associação dose-resposta entre o consumo de cafeína e o menor tamanho ao nascer. E um estudo de 2020 revelou que não há nível seguro de cafeína para um feto em desenvolvimento.

    Como cortar a cafeína

    Algumas pessoas podem querer reduzir a cafeína – e depois descobrir que é mais fácil falar do que fazer. Lembre-se, a cafeína é encontrada no café, chá, refrigerantes e bebidas energéticas, assim como no cacau e no chocolate. Também está presente em salgadinhos fortificados, algumas barras energéticas e até mesmo alguns analgésicos. 

    Um estudo da Universidade Johns Hopkins de 2016 descobriu que era útil quando os indivíduos identificavam situações ou humores nos quais eles têm maior probabilidade de desejar cafeína para que pudessem evitar situações que desencadeiam desejos, especialmente durante as primeiras semanas de modificação do uso de cafeína.

    Os bebedores de cafeína também podem ter um plano para quando os desejos ocorrem, como fazer uma pausa de relaxamento de cinco minutos envolvendo exercícios de respiração profunda.

    Lembre-se de sempre discutir quaisquer mudanças importantes no estilo de vida ou na dieta com seu médico primeiro, pois as mudanças podem afetar seu humor ou condições médicas.

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