Recado às gestantes é que fiquem tranquilas, diz presidente da SBIm sobre vacina
Em entrevista à CNN, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, Juarez Cunha, afirmou que eventos adversos das vacinas são raros
O presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Juarez Cunha, afirmou nesta terça-feira (11), em entrevista à CNN, que, apesar da suspensão da vacinação de grávidas com o imunizante produzido pela AstraZeneca anunciada pelo Ministério da Saúde hoje, as gestantes precisam ficar “tranquilas” com a vacinação.
A decisão do Ministério da Saúde foi anunciada um dia depois de a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) recomendar a suspensão imediata do uso da vacina contra a Covid-19 da AstraZeneca/Fiocruz em gestantes. Nesta terça-feira, a agência afirmou que a indicação foi feita após uma grávida e o feto que carregava morrerem dias após a vacinação com o imunizante.
“Em atendimento a essa orientação da Anvisa, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) decide interromper temporariamente a vacinação tanto de gestantes quanto de puérperas com a vacina da AstraZeneca. É uma cautela até o fechamento do caso e verificar o cenário epidemiológico em relação à vacina”, afirmou a coordenadora do PNI, Francieli Fancinato.
A vacinação para gestantes e puérperas (mulheres que tiveram filho há cerca de dois meses) com comorbidades continuará, mas com os imunizantes da Pfizer e Coronavac.
Por isso, segundo Cunha, o importante é que tanto as gestantes como as puérperas com comorbidades se vacinem, para que estejam protegidas da Covid-19.
“O recado que temos que dizer às gestantes é para ficarem tranquilas, isso é muito raro de acontecer”, explicou. “Raridades vão aparecer. O importante é estarmos preparados e sermos transparentes.”
Eventos adversos
Em coletiva nesta tarde, o Ministério da Saúde informou que o Brasil tem 22.295 gestantes vacinadas contra a Covid-19 até o momento. Destas, 3.414 foram vacinadas com o imunizante da Coronavac/Butantan, 15 mil foram com a AstraZeneca/Oxford e 3.867 com o imunizante da Pfizer.
Até 9 de maio, segundo a pasta, foram registrados 408 eventos adversos não considerados graves na aplicação de doses em gestantes.
“Vários outros países também vacinam as gestantes que tem algum outro fator de risco”, disse Cunha.