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    Transmissibilidade da varíola dos macacos chama a atenção, diz infectologista

    Apesar do nome, a doença não tem relação direta com primatas e recebeu este nome em 1958, quando dois surtos de uma doença semelhante à varíola ocorreram em colônias dos animais usados em pesquisas

    Ester Cassaviada CNN* , em São Paulo

    Uma doença extremamente rara chamada varíola dos macacos, “prima” da varíola, chegou a pelo menos 12 países, incluindo a Europa, Estados Unidos e Canadá.

    À CNN, o infectologista Alvaro da Costa, do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, disse que o que chama atenção nos casos notificados, é que eles não têm relação direta de contato com primatas, além do rápido espalhamento da doença

    “O que chama atenção, é que até certo tempo, os casos eram em pessoas que iam para áreas de risco e tinham contato direto com primatas. O que a gente observou é que a doença se espalhou muito rápido e muitos desses casos [atuais] não tiveram contato com macacos ou com pessoas doentes”, disse.

    O primeiro caso confirmado da doença no Reino Unido, que disparou o alerta da Organização Mundial da Saúde (OMS), foi informado à entidade no dia 7 de maio.

    O infectologista disse que as autoridades sanitárias já estão investigando e buscando relação entre os casos. “Mas é importante saber que nem todos casos suspeitos ainda são confirmados. É importante confirmar e entender o tamanho do espalhamento pela Europa”, disse.

    O médico explica que o vírus da varíola humano [que foi erradicado] é diferente e a vacina existente tem proteção cruzada –tornando-se uma doença que tem uma evolução benigna.

    Costa disse que a varíola dos macacos é “bem menos grave” do que a conhecida no passado. Mas é necessário ter cautela. “A grande complicação é que alguma bactéria entre pela pele e cause um quadro de infecção generalizada”.

    A infecção pode se desenvolver após a exposição da “pele ferida, membranas mucosas, gotículas respiratórias, fluidos corporais infectados ou mesmo contato com roupas contaminadas

    O especialista aponta que é “importante prestar atenção no curso das próximas semanas, identificar precocemente essas pessoas e fazer um bloqueio de transmissão –com isolamento”, disse.

    Questionado sobre a possibilidade de alerta no Brasil, Costa afirmou que apesar do alerta da vigilância no país, “não há casos suspeitos de varíola dos macacos no Brasil”, disse.

    Varíola dos macacos

    A varíola dos macacos (Monkeypox) recebeu este nome em 1958, quando “dois surtos de uma doença semelhante à varíola ocorreram em colônias de macacos mantidos para pesquisa”, disse Centros de Controle e Prevenção de Doenças, dos EUA.

    No entanto, o principal portador da doença, a varíola dos macacos, ainda é desconhecido, embora “suspeite-se que os roedores africanos participem da transmissão”, disse a agência.

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