Cientistas revelam descoberta de nova espécie de dinossauro brasileiro

O dinossauro, nomeado de Ypupiara lopai, é uma nova espécie de dromaeosaurídeo encontrada pela primeira vez no Brasil

Lucas Rocha, da CNN, em São Paulo
Reconstrução artística de dois espécimes de Ypupiara lopai
Reconstrução artística de dois dinossauros Ypupiara lopai  • Foto: Arte/Guilherme Gehr (artigo na revista Papers in Palaeontology)
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Pesquisadores revelaram nesta quinta-feira (5) a descoberta de uma nova espécie de dinossauro brasileiro. O espécime, nomeado de Ypupiara lopai, é uma nova espécie de dromaeosaurídeo encontrada pela primeira vez no país. Os achados foram publicados no periódico científico Papers in Palaeontology.

O fóssil estudado foi recuperado em Peirópolis, distrito rural do município de Uberaba, em Minas Gerais. Devido aos dados prévios de catalogação, os pesquisadores tinham conhecimento que o espécime foi coletado no que ficou conhecido como "Ponto 1 do Price" ou "Pedreira de Caiera". O local, que fica próximo à região do morro da Serra do Veadinho, é bastante conhecido pelos achados de vários fósseis de vertebrados em bom estado de conservação.

Os pesquisadores do campo da taxonomia, a ciência que envolve a descrição e classificação dos organismos, buscam encontrar detalhes na fisiologia de cada espécime que permitam a caracterização de uma nova espécie.

Neste caso, a identificação da nova espécie foi realizada a partir de peças de partes da mandíbula do antigo dinossauro, como o maxilar direito (com três dentes), e um pedaço da mandíbula inferior. Segundo o estudo, Ypupiara é caracterizada por um número restrito de estruturas neurovasculares presentes na superfície lateral do maxilar, uma placa interdental retangular e expandida atrás e à frente, e uma compressão dos dentes, que têm um diâmetro superior a 3/5 do diâmetro da cabeça à cauda.

Detalhes do maxilar e dos dentes do novo dinossauro brasileiro
Detalhes do maxilar e dos dentes do novo dinossauro brasileiro
Foto: Reprodução/artigo da revista Papers in Palaeontology

O estudo contou com a participação de pesquisadores do Museu Nacional, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); da Universidade Federal do ABC; do Museu da Amazônia (MUSA) e do Museu de Ciências da Terra.

Segundo o artigo, o material estudado estava alojado originalmente no Museu de Ciências da Terra (MCT), parte do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), e foi cedido ao Museu Nacional para estudo. No entanto, após o incêndio que destruiu o prédio principal do museu, em setembro de 2018, o espécime não foi recuperado.