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    Conheça os “SuperLimbs”, que podem ajudar astronautas que sofrem quedas na Lua

    Projeto faz parte do conjunto de esforços de pesquisadores de todo mundo visando ao retorno do homem à Lua com a missão Artemis

    Amy Guniada CNN

    Os humanos não viajam para a lua desde que o programa Apollo da Nasa terminou em 1972, mas o programa Artemis em breve levará humanos novamente à superfície lunar, com o primeiro pouso tripulado atualmente previsto para 2026.

    Os astronautas do Artemis almejam fazer coisas que os humanos nunca fizeram antes, como construir uma base habitável para permitir visitas de longo prazo e explorar o polo sul lunar, que é fortemente craterado.

    Inovadores de todo o mundo estão trabalhando em soluções para ajudá-los a alcançar esses objetivos e mantê-los seguros. Isso inclui pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), que estão desenvolvendo um conjunto de membros robóticos vestíveis para ajudar astronautas a se recuperarem de quedas.

    Os chamados “SuperLimbs” (SuperMembros) são projetados para fora de uma mochila contendo o sistema de suporte à vida dos astronautas. Quando o usuário cai, um par extra de membros pode se estender para fornecer alavancagem e ajudá-lo a se levantar, conservando energia para outras tarefas.

    Isso pode ser útil. A gravidade parcial da lua torna o equilíbrio difícil. Os 12 astronautas que caminharam na lua em missões Apollo caíram 27 vezes e tiveram outros 21 quase tombos, de acordo com um estudo da Universidade de Michigan.

    Quando o astronauta Charlie Duke tombou na lua em 1972, enquanto realizava testes no solo lunar, ele precisou de três tentativas para se levantar. O estudo descobriu que as quedas eram mais comuns quando, como Duke, os astronautas estavam coletando amostras ou usando ferramentas — tarefas que os astronautas da missão Artemis provavelmente também realizarão.

    Conheça os SuperLimbs

    Os SuperLimbs foram desenvolvidos há cerca de uma década por Harry Asada, professor do MIT, e já foram testados por trabalhadores de fabricação de aeronaves e construção naval.

    Agora, eles estão sendo adaptados para astronautas. Erik Ballesteros, estudante de doutorado do MIT, passou o verão no Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, trabalhando nos SuperLimbs como parte de uma bolsa oferecida pela agência espacial norte-americana.

    O sistema precisa de um pouco mais de trabalho para ficar pronto, disse Ballesteros, mas ele espera que esteja pronto para uma demonstração até janeiro — quando ajudará um manequim a se levantar de uma posição deitada.

    Ele acredita que, dentro de um ou dois anos, a novidade estará pronta para uma demonstração humana, mas há muitas coisas que a equipe precisa resolver em termos de segurança, disse ele à CNN. “Não podemos simplesmente improvisar; precisamos ser muito precisos e cuidadosos”, afirmou.

    Podem haver outros desafios. O Dr. Jonathan Clark, professor adjunto de Neurologia e Medicina Espacial no Baylor College of Medicine, que atuou como cirurgião da tripulação em seis missões de ônibus espaciais da Nasa e é consultor de empresas espaciais comerciais, disse à CNN que o ambiente extremo do espaço — desde temperaturas até partículas contaminantes como poeira, além da radiação eletromagnética — pode tornar caro e demorado aprovar uma tecnologia para uso fora do planeta Terra.

    Mas, ele acrescentou, a taxa de inovação em tecnologia espacial é impressionante. “Para a ficção científica se tornar realidade científica, costumava levar séculos ou décadas”, disse ele. “Agora, são apenas anos.”

    Ballesteros entende o que está em jogo. Ele tem experiência de trabalho no controle de missões no Centro Espacial Johnson da Nasa, onde sua equipe mantinha os sistemas de suporte à vida dentro da Estação Espacial Internacional (ISS).

    Ana Diaz Artiles, professora assistente de engenharia aeroespacial na Texas A&M, que não está envolvida na pesquisa, disse à CNN que os membros podem ajudar a reduzir o custo metabólico de se levantar. O lado negativo é que os membros podem adicionar peso e exigir mais energia, disse ela.

    Ela acrescentou que a poeira lunar é “super tóxica”, então pode ser prejudicial para um astronauta rolar na superfície lunar enquanto tenta se levantar — um problema que os SuperLimbs podem ajudar a eliminar. Os membros robóticos são “realmente legais e muito úteis”, disse ela.

    O novo paradigma para astronautas

    Os humanos ainda não tiveram muita oportunidade de trabalhar na lua. Os astronautas da Apollo 17 detêm o recorde da caminhada lunar mais longa, com sete horas e 37 minutos.

    Por outro lado, os participantes da missão Artemis — que eventualmente incluirá astronautas de países como o Japão — passarão até uma semana na lua, aprendendo a viver e trabalhar longe da Terra, em preparação para expedições humanas a Marte. A China tem seus próprios planos de chegar à lua até 2030, onde construirá uma estação de pesquisa.

    Ballesteros planeja passar os próximos anos de seu doutorado usando uma “técnica de canivete suíço” para transformar os SuperLimbs em um sistema para astronautas que pode “abordar diferentes casos de uso importantes, mas todos em um único design unificado.”

    Em seguida, ele planeja trabalhar para fazer com que os membros funcionem como um par extra de pernas. “Assim, permite que você vá do ponto A ao ponto B muito mais rápido e sem gastar tanta energia”, disse ele. “E se eles começarem a perder um pouco o equilíbrio, pode ajudar a estabilizá-los.”

    Depois disso, ele vai se concentrar em descobrir como os membros podem usar ferramentas para ajudar em tarefas como escavação, manuseio de amostras e construção.

    “Quero que se tornem quase como uma extensão natural de seus corpos para que o astronauta se sinta estranho sem eles”, disse.

    No futuro, ele espera que os membros extras se tornem o novo normal. “Meu objetivo é fazer com que esses braços se tornem quase como o novo paradigma para os astronautas”, afirmou.

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