Meteorito mais antigo que a Terra pode ajudar a entender a origem da vida
'A composição é diferente de qualquer coisa que você encontraria aqui na Terra e talvez diferente de qualquer outro meteorito que encontramos', disse cientista
Um meteorito de 4,6 bilhões de anos foi encontrado no Reino Unido em fevereiro deste ano, e pode ajudar os cientistas na busca de respostas sobre o Universo primitivo e a formação do Sistema Solar. A idade da rocha chega a ser maior que a do próprio planeta Terra, que possui cerca de 4,540 bilhões de anos.
O pesquisador Derek Robson, da Organização Leste Anglicana de Pesquisa em Astrofísica (EAARO, na sigla em inglês), avistou o meteorito em uma pegada de ferradura de cavalo, em Gloucestershire, na Inglaterra. A pedra minúscula, ao ser levada para análise, revelou uma série de diferentes compostos que não são comuns na Terra.
O meteorito foi classificado como um condrito carbonáceo, ordem que representa menos de 5% dos meteoritos encontrados na Terra. Este tipo de rocha, em geral, possui compostos orgânicos primitivos. Dentre estes elementos estão os aminoácidos, que compõem toda forma de vida terrestre.
“Ser capaz de identificar e confirmar a presença de tais compostos [aminoácidos] a partir de um material que existia antes do nascimento da Terra seria um passo importante para entender como a vida começou”, disse Derek Robinson.
Shaun Fowler, especialista em microscopia eletrônica no Centro de Caracterização de Materiais de Loughborough, explicou em nota que o meteorito é diferente ainda daqueles classificados no grupo dos carbonáceos. “A composição é diferente de qualquer coisa que você encontraria aqui na Terra e potencialmente diferente de qualquer outro meteorito que encontramos, talvez contendo alguma química ou estrutura física anteriormente desconhecida”.
A localização em que os cientistas acreditam que o meteorito estivesse antes de atingir a Terra no início do ano é peculiar. Acredita-se que ela estava a cerca de 177 milhões de quilômetros da superfície terrestre, pairando no cinturão de asteroides entre Marte e Júpiter.
“Não parece ter sofrido metamorfismo térmico, o que significa que estava depois de Marte, intocado, desde antes de qualquer um dos planetas ser criado, o que significa que temos a rara oportunidade de examinar um pedaço de nosso passado primordial”, disse Fowler.
O meteorito continuará sob estudo e análise das equipes do EAARO e da Universidade de Sheffield.
*sob supervisão