Osso da garganta mata a charada: Nanotyrannus não era um T. rex jovem
Estudo analisou o hioide do primeiro fóssil de Nanotyrannus já descoberto

Durante décadas, paleontólogos debateram se o dinossauro carnívoro Nanotyrannus era, na verdade, apenas um Tiranossauro jovem. Mas, em um período de cinco semanas, a questão parece ter sido definitivamente resolvida por dois novos estudos que mostram que o Nanotyrannus era claramente distinto do T. rex.
O estudo mais recente, publicado na quinta-feira (4), concentrou-se em um osso da garganta chamado hioide do primeiro fóssil de Nanotyrannus já descoberto — um crânio desenterrado em Montana em 1942. Os pesquisadores detectaram um registro de crescimento no hioide, semelhante aos anéis de crescimento anuais de uma árvore, mostrando que esse indivíduo tinha entre 15 e 18 anos de idade, e portanto, totalmente crescido ou quase.
A descoberta segue um estudo publicado em 30 de outubro por diferentes pesquisadores que usaram outros ossos para estabelecer um registro de crescimento e identificaram diferenças anatômicas nos fósseis de Nanotyrannus e de Tyrannosaurus, contradizendo também a noção de que tratavam-se do mesmo dinossauro.
O hioide fazia parte de um fóssil de crânio que era o espécime "holótipo" (referência oficial para a descrição de uma espécie) do Nanotyrannus, armazenado no Museu de História Natural de Cleveland.
"A principal descoberta é que o espécime holótipo do Nanotyrannus lancensis, o fóssil que define formalmente a espécie, representa um indivíduo maduro e, portanto, não pode pertencer a um Tyrannosaurus rex imaturo, como muitas vezes foi interpretado no passado. Em vez disso, isso mostra que o Nanotyrannus é uma espécie distinta de dinossauro carnívoro que viveu ao lado do T. rex", disse o paleontólogo da Universidade de Princeton, Christopher Griffin, principal autor da pesquisa publicada na revista Science.
"O fato de esses dois estudos terem sido publicados tão próximos um do outro parece realmente um golpe duplo para o Nanotyrannus", disse a paleontóloga do Museu de História Natural de Cleveland e autora sênior do estudo, Caitlin Colleary.
Os estudos mostram que dois grandes predadores rondavam o oeste da América do Norte no crepúsculo da era dos dinossauros durante o período Cretáceo, que terminou há 66 milhões de anos quando um asteroide atingiu a Terra. O Tiranossauro é o maior dinossauro carnívoro conhecido. O Nanotyrannus, com cerca de um décimo da massa do T. rex, era, no entanto, um caçador feroz e ágil.


