Bruno Verjus se tornou chef depois dos 50 anos e seu restaurante está entre os 10 melhores

Chef francês quebra paradigmas dentro e fora da cozinha e conquista duas estrelas Michelin e a 10ª posição no ranking The World’s 50 Best Restaurants com o seu restaurante em Paris

Tina Binido Viagem & Gastronomia

Bruno Verjus desembarca no final do mês no Brasil para participar do Mesa São Paulo 2023 que este ano terá como tema “Mesa Disruptiva – rompendo paradigmas, invadindo espaços e recriando conceitos para e pela gastronomia”, sendo assim, ninguém melhor que Verjus para palestrar.

Ele é um dos chefs mais disruptivos da atualidade e rompe com todos os paradigmas, a começar pelo etarismo, já que ele somente se tornou chef após os 50 anos. Bruno foi estudante de medicina, empreendedor na área, blogueiro de comida, crítico gastronômico, fotógrafo, jornalista, autor e personalidade de rádio e TV antes de abrir o Table, em Paris, e fazer sua estreia do outro lado do balcão, como cozinheiro.

Localizado em uma região menos badalada da Cidade Luz, o restaurante ganhou importantes premiações internacionais – além de ostentar duas estrelas Michelin, a casa ocupa a 10ª posição no ranking britânico The World’s 50 Best Restaurants.

Autodidata, o chef, hoje com 64 anos, explica que gosta de criar sem amarras, livre de imposições, receitas ou modismos. Com base no que recebe dos produtores artesanais, considerados seus amigos mais leais, cria menus diários poeticamente chamados de “a cor do dia”. Sentados em bancos altos, diante do balcão, os clientes constatam que nada ali é preparado com antecedência – nem mesmo as bases e os molhos. São os produtos, sempre frescos, que ditam o caminho a seguir.

Mais do que isso, são os produtores locais os artesãos responsáveis por trazer ao dia a dia do restaurante aquilo que o chef chama de produtos de exceção. “Eles nos fornecem no cotidiano aquilo que a natureza consegue oferecer. Nós não fazemos nenhum pedido de quantidade, apenas a qualidade é regra”, explica Verjus. “A maneira com que nos alimentamos decide o mundo no qual vivemos”, acrescenta.

Restaurante Table, do chef Bruno Verjus, conquistou duas estrelas Michelin e figura na 10ª posição no ranking 50 Best
Prato do restaurante Table, do chef Bruno Verjus, que conquistou duas estrelas Michelin e figura na 10ª posição no ranking The World’s 50 Best Restaurants / ©Stéphane Riss

Sobre a forma como ele mesmo se relaciona com o mundo e com a própria trajetória de vida, o chef também é ponto fora da curva – e uma inspiração a todos que temem envelhecer. “Eu sou o mais velho jovem chef”, brinca. “Idade não é importante. O que importa é a sua abordagem e se ela é um divisor de águas. Eu ofereço uma abordagem diferente à alta gastronomia. Quero fazer as pessoas entenderem, através da forma como nos alimentamos, como podemos viver em um mundo desafiador e de mudanças constantes. Eu quero, literalmente, alimentar a alma”, conclui.

Para quem quiser assistir de perto uma palestra desse lendário chef, o Mesa São Paulo acontece de 26 a 28 de outubro, no Memorial da América Latina, e a apresentação do Bruno Verjus será no dia 28 de outubro com o tema “Make love, not war – um contraponto entre o vocabulário militar da indústria culinária e a mente de Bruno Verjus”. Os ingressos devem ser comprados antecipadamente no site oficial do evento.

Tópicos