Goya Zushi: o Japão está logo ali, nos Jardins, em São Paulo

No elegante balcão de Uilian Goya, apenas dez comensais são atendidos por vez na casa que oferece um dos mais surpreendentes omakases da cidade

Tina Binido Viagem & Gastronomia , São Paulo, SP

Não é raro escutarmos que o único lugar do mundo em que se come sushis tão bons quanto no Japão é em São Paulo. Polêmicas à parte, uma coisa é verdade: a capital paulista dá um show no quesito comida japonesa.

E o Goya Zushi é a prova disso. Sabemos que a palavra “experiência” na gastronomia está um pouco desgastada, usada nos mais triviais restaurantes e botecos até casas premiadas e cheias de firulas, mas, acreditem, aqui nenhuma outra palavra expressa tão bem o que o chef Uilian Goya oferece em seu balcão a não ser: uma mega experiência.

Uilian Goya em ação e o menu do dia que sempre chega com o nome do visitante escrito à mão no cantinho e a data / Tina Bini

 

A casa é pequena e apenas dez sortudos conseguem uma reserva por horário. Ao chegar, o nome do visitante estará escrito à mão no cantinho do menu do dia e no local onde o comensal deverá sentar. Apesar de ser um balcão, as cadeiras são confortáveis e baixas, em tom de cinza, que compõem o cenário clean com apenas um ponto de cor – o grande quadro no final do salão.

A casa só oferece o omakase que, em tradução livre, significa “eu confio em você”. E pode confiar de olhos fechados – ainda que recomende-se ver a beleza do trabalho calmo, ritmado e artístico do chef e sua pequena equipe preparando cada prato e peça servida.

A cozinha japonesa clássica de Goya proporciona pratos que equilibra sabores, texturas e cores, alcançando todo o potencial do alimento. Do wasabi fresco (ralado na frente dos visitantes) ao shari (arroz do sushi) preparado na hora e ao blend caseiro de shoyus, tudo é pensado para reforçar a excelência de cada item entregue nas mãos dos visitantes.

O menu-degustação (R$ 490) tem 10 etapas, podendo chegar a 15 passos considerando os sushis, que são sempre uma surpresa no menu. 

A sequência inclui otoshi (entrada do dia), sashimis de três cortes de atum (akami, chutoro e otoro) maturados no próprio restaurante, de 19 a 48 dias, usuzukuri, sushis, temaki e futomaki. Nos quentes, aguemono, que é a fritura japonesa, mushimono, um prato cozido no vapor e que, geralmente, é um chawanmushi, e kamameshi, um tradicional arroz japonês feito em panela de barro japonesa. Uma sobremesa, que pode ser pudim de café, encerra a sequência.

Wasabi fresco que é ralado na hora de servir / Tina Bini

“O que dita o ritmo do cardápio que elaboramos todos os dias é o otoshi, pois ele impõe o sabor que será explorado no jantar. A sequência de sushis também segue uma ordem de sabor e textura. Começamos sempre com um mais complexo e terminamos com o otoro justamente para que o comensal sinta a pujança do sushi”, explica o chef.

A carta de saquês conta com nove opções, além de um vinho branco elaborado com leveduras de saquê, e é de autoria de Yasmin Yonashiro, consultora em hospitalidade japonesa especializada no destilado tradicional japonês. 

E como não dizer que um jantar no Goya é uma “baita experiência”?! 

Ambiente do Goya Zushi, nos Jardins / Thais Vieira

Dica extra: reserve para depois do omakase um lugar no pequeno e charmoso The Liquor Store, bar de drinques do renomado Thiago Bañares, que fica no andar de cima do sobrado e que para entrar é necessário passar pelo Goya. As operações são independentes. 

  • Goya Zushi: Al. Franca, 1151, Jardins / Tel.: (11) 97482-8400  / Horário de funcionamento: terça e quarta-feira, às 19h; quinta-feira a sábado, às 19h e às 21h / Reservas pelo site

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