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    Américo Martins
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    Américo Martins

    Especialista em jornalismo internacional e fascinado pelo mundo desde sempre, foi diretor da BBC de Londres e VP de Conteúdo da CNN; já visitou mais de 70 países

    Londres lidera luta contra crise climática com zona de emissão ultrabaixa

    Capital do Reino Unido retirou de circulação veículos altamente poluentes, melhorando a qualidade do ar e reduzindo a emissão de gases que contribuem para o aquecimento global

    Londres, a capital do Reino Unido, é uma das metrópoles mais avançadas do mundo no combate à poluição e às mudanças climáticas.

    Entre as políticas públicas adotadas nos últimos anos na área ambiental está a criação da maior zona de emissão ultrabaixa do planeta (ULEZ, na sigla em inglês), além de outras regras que estimulam a renovação da frota de veículos na cidade.

    Zona de Emissão Ultrabaixa

    Para poder circular dentro da região metropolitana de Londres, os veículos mais poluentes precisam pagar uma taxa diária de 12,50 libras esterlinas (o equivalente a cerca de R$ 90,00).

    Na prática, a medida abrange a maior parte dos carros movidos a gasolina fabricados até 2005 e os veículos a diesel com mais de dez anos. Isso forçou uma renovação da frota, já que esses carros mais antigos são os que mais emitem poluentes.

    Zona de Emissão Ultrabaixa dificulta a circulação dos carros mais poluentes em Londres • Reuters

    A ULEZ funciona todos os dias do ano, com exceção do Natal, e foi ampliada em 2023 para cobrir todos os bairros da cidade pelo prefeito trabalhista Sadiq Khan, um dos políticos mais comprometidos com o combate à poluição e às mudanças climáticas na Europa.

    Khan teve que enfrentar muitos protestos de grupos conservadores e pessoas que tiveram que se desfazer de seus carros mais velhos após a expansão da ULEZ. No entanto, dados divulgados no início deste mês comprovaram que a política pública tem funcionado muito bem.

    Um estudo encomendado pelo City Council, uma espécie de câmara municipal, mostrou que as emissões de poluentes como dióxido de nitrogênio (NO2), partículas sólidas e dióxido de carbono (CO2), que afetam a saúde das pessoas e contribuem para as mudanças climáticas, caíram de forma expressiva em Londres.

    Os níveis de dióxido de nitrogênio, um gás tóxico que agrava a asma, impede o desenvolvimento dos pulmões e aumenta o risco de câncer de pulmão, por exemplo, diminuíram em 27%, segundo o relatório.

    Outro ponto positivo foi a queda de 31% nas emissões de gases de escape e de partículas sólidas de carros e vans na periferia da cidade. Sadiq Khan comemorou os resultados, afirmando que a política está salvando vidas e contribuindo para combater o aquecimento global.

    Outras medidas

    Além da ULEZ, a prefeitura de Londres também criou outras regras para promover o uso de veículos não poluentes. Desde janeiro de 2023, por exemplo, táxis novos e carros para transporte por aplicativo só podem ser registrados se forem híbridos ou elétricos e, até 2030, a composição de toda a frota dos veículos de transporte de passageiros terá que ser de veículos sem nenhum tipo de emissão.

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