Basília Rodrigues
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Basília Rodrigues

Apura e explica. Adora Jornalismo e Direito. Vencedora do Troféu Mulher Imprensa e prêmios Especialistas, Na Telinha e profissionais negros mais admirados

Aliados de Bolsonaro insistem em semelhanças entre relógio de Lula e joias do ex-presidente

Com divergência entre ministros, TCU decidirá se atual presidente precisa devolver relógio de ouro que ganhou em 2005

Lula ganhou presente do então presidente da França, Jacques Chirac  • Ricardo Stuckert/PR
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Aliados Jair Bolsonaro (PL) veem no julgamento no Tribunal de Contas da União (TCU) sobre o relógio recebido de presente pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a chance de explorar a tese de que o ex-presidente é perseguido.

Bolsonaro foi indiciado pela Polícia Federal pelos crimes de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa por se apropriar e tentar vender joias recebidas de presente enquanto esteve na Presidência da República.

A tese da defesa de Bolsonaro é a de que o presidente decidiu ficar com os presentes, entre relógios e joias, por se tratar de itens personalíssimos, repetindo o entendimento de ex-mandatários.

Autor do pedido no TCU, o deputado bolsonarista Ubiratan Sanderson (PL-RS) afirma que, se Lula não for condenado, o TCU vai confirmar o tratamento desigual.

"Dar tratamento diferente para situações idênticas pode parecer perseguição, algo que certamente irá repercutir negativamente no seio da sociedade", disse à CNN.

Há divergência no TCU sobre o caso de Lula. Parte dos ministros entende que nos primeiros mandatos do petista não havia regra estabelecida sobre o que deveria ir para o acervo público e o que não deveria. Lula ganhou o relógio em questão em 2005.

Em 2016, porém, o próprio TCU estabeleceu como regra que esses itens teriam valores simbólicos, caso contrário, os presentes deveriam ser incorporados pelo acervo público.