Aliados de Bolsonaro insistem em semelhanças entre relógio de Lula e joias do ex-presidente
Com divergência entre ministros, TCU decidirá se atual presidente precisa devolver relógio de ouro que ganhou em 2005
Aliados Jair Bolsonaro (PL) veem no julgamento no Tribunal de Contas da União (TCU) sobre o relógio recebido de presente pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a chance de explorar a tese de que o ex-presidente é perseguido.
Bolsonaro foi indiciado pela Polícia Federal pelos crimes de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa por se apropriar e tentar vender joias recebidas de presente enquanto esteve na Presidência da República.
A tese da defesa de Bolsonaro é a de que o presidente decidiu ficar com os presentes, entre relógios e joias, por se tratar de itens personalíssimos, repetindo o entendimento de ex-mandatários.
Autor do pedido no TCU, o deputado bolsonarista Ubiratan Sanderson (PL-RS) afirma que, se Lula não for condenado, o TCU vai confirmar o tratamento desigual.
“Dar tratamento diferente para situações idênticas pode parecer perseguição, algo que certamente irá repercutir negativamente no seio da sociedade”, disse à CNN.
Há divergência no TCU sobre o caso de Lula. Parte dos ministros entende que nos primeiros mandatos do petista não havia regra estabelecida sobre o que deveria ir para o acervo público e o que não deveria. Lula ganhou o relógio em questão em 2005.
Em 2016, porém, o próprio TCU estabeleceu como regra que esses itens teriam valores simbólicos, caso contrário, os presentes deveriam ser incorporados pelo acervo público.