Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Boris Feldman
    Blog

    Boris Feldman

    Jornalista especializado em automóveis desde 1966, produtor e apresentador do programa Autopapo

    Carro zero por assinatura é bom negócio?

    Preço assusta inicialmente, até motorista perceber que não se preocupa nem com pneu furado...

    Não bastasse a dúvida na cabeça ao decidir qual será o próximo carro, surgiu agora uma outra ainda mais complicada: posse ou uso? Comprar ou alugar?

    Fábricas, locadoras e concessionárias estão todas empenhadas em emplacar uma nova maneira de entregar o carro zero km para o cliente: um aluguel por longo período. Chamado, mais sofisticadamente, de “assinatura”. Você não compra e nem aluga, você adere ao sistema de “assinatura”.

    A rigor, é um aluguel por um período pré-fixado, geralmente de 12 a 48 meses. O valor do aluguel varia: quanto maior o período e menor a franquia de quilometragem mensal, menor o custo por mês. Cerca de R$ 1.700 para uma franquia de 500 km de um modelo barato, na faixa de R$ 80 mil, chegando a R$ 3 mil para um médio de R$ 150 mil por 48 meses com franquia de 1.000 km mensais. Para um carro importado de luxo, que custa no entorno de R$ 300 mil, o custo sobe para R$ 6 mil mensais.

    O interessado faz as contas: vou pagar quase R$ 150 mil (R$ 3 mil por mês durante 48 meses) e devolver o carro? Não seria melhor contratar um financiamento e ser seu proprietário ao final do contrato?

    A resposta é: não!

    Quase todos se esquecem de colocar na ponta do lápis todos os prós e contras do sistema de assinatura. E as despesas necessárias para ter sua posse. Item por item num carro de cerca de R$ 150 mil:

    • se o dono deixa de comprá-lo, o valor poderia ser aplicado e renderia próximo a 0,8% mensalmente. Ou seja, R$ 1.200 a deduzir dos R$ 3 mil de aluguel.
    • Ao final do contrato, o carro teria se desvalorizado, na melhor das hipóteses, de 20% a 30% ao ser vendido como usado. Ou seja, evita um preju mínimo de R$ 30 mil.
    • Não se paga nenhum tipo de manutenção, revisões, emplacamento ou seguro. Mínimo de R$ 1.000 mensais. E com assistência técnica 24 horas.
    • Ao final do contrato, troca-se o carro por outro zero km sem nenhuma despesa.
    • E, se for em nome de pessoa jurídica, o aluguel entra na contabilidade como despesa.

    Então, o cliente roda sempre com um carro novo sem pagar por isso. Cabe a ele exclusivamente o combustível, estacionamento e pedágios. Nem pneu furado entra na conta

    Claro que devem ser feitas as contas para o caso específico de cada um. Em geral, os planos mais interessantes são para períodos de, no mínimo, 36 meses. E quanto menor a franquia de quilometragem, mais barato.

    A assinatura, comparada com outros planos de financiamento, leva vantagem na maioria dos itens analisados e com o adicional da comodidade: nenhuma preocupação nem tempo perdido com a burocracia no emplacamento, seguro, revisões e manutenção.

    Diversas fábricas estabeleceram seu próprio esquema de venda por assinatura, Fiat, Ford, Jeep, Mitsubishi, Toyota, VW e até a Audi, entre elas. E também dezenas de concessionárias e grandes locadoras como Localiza e Movida.

    Não é posse, é uso. O carro não pode ser vendido nem trocado durante o contrato. Se o cliente desistir por qualquer motivo antes de seu final, terá que arcar com uma multa contratual.

    Prós e contras na balança, as assinaturas estão caindo no gosto do brasileiro. E aumentando o volume de interessados neste sistema e, por isso, de empresas que o oferecem.

    Carro elétrico exige menos manutenção? Descubra e entenda

    Tópicos