Caio Junqueira
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Caio Junqueira

Formado em Direito e Jornalismo, cobre política há 20 anos, 10 deles em Brasília cobrindo os 3 Poderes. Passou por Folha, Valor, Estadão e Crusoé

Chance de Bolsonaro apoiar Marçal em SP é zero, dizem aliados

Entorno bolsonarista avalia que Pablo Marçal tem piso de 10% de intenções de voto e teto de 15%, o que inviabilizaria uma ida ao segundo turno

Pablo Marçal   • 04/08/2022 - TON MOLINA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
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As chances de Jair Bolsonaro apoiar o empresário Pablo Marçal na disputa pela Prefeitura de São Paulo é zero, relataram interlocutores ligados ao ex-presidente à CNN.

O entorno bolsonarista avalia que Marçal tem piso de 10% de intenções de voto e teto de 15%, o que inviabilizaria uma ida ao segundo turno.

A chance de ir para a segunda etapa das eleições poderia existir se Bolsonaro declarasse apoio a ele, mas, segundo fontes, isso seria impossível de ocorrer.

O candidato do ex-presidente continuará sendo o prefeito Ricardo Nunes. No entanto, o motivo principal nem é esse, garantem seus interlocutores. Mas sim o fato de que Bolsonaro e seus filhos terem ressentimentos antigos em relação ao empresário. Os bolsonaristas têm consigo diversos vídeos em que Marçal critica a direita e o bolsonarismo.

Afirmam que sua postura no passado se assemelha à do Movimento Brasil Livre, que também virou um crítico do bolsonarismo. Houve problemas também com o pastor Silas Malafaia no passado. Um episódio na campanha de 2022 também é lembrado.

Marçal teria se oferecido para fazer uma live que a campanha não abraçou. Ele porém acabou fazendo à revelia do ex-presidente. Hoje, há ainda a percepção de que Marçal deixa correr essa possibilidade de apoio de Bolsonaro e se aproxima de expoentes bolsonaristas ensaiando isso.

A CNN procurou Pablo Marçal para que ele comentasse a percepção do entorno de Bolsonaro e aguarda uma resposta.

Sobre sua indisposição antiga com Silas Malafaia, ele disse: “Nós somos irmãos e isso já foi resolvido. Já liguei pra ele e me desculpei. Malafaia é um homem que eu sigo respeitando. Nosso desentendimento foi meramente por causa da campanha presidencial.”

Sobre a live, respondeu: “Isso não aconteceu. Ou pelo menos eu nunca soube que existiu”.

A respeito das críticas deles à direita, declarou: “Todo ser que pensa critica. Eu inclusive procuro estar cercado de pessoas que tenham essa liberdade de expor suas ideias e de fazer apontamentos, porque só assim podemos avançar e alcançar o progresso. Quem tem medo de crítica flerta com a censura e castra a liberdade de expressão. Eu tenho o maior respeito pelo Bolsonaro e isso ficou mais que evidente quando coloquei toda a minha energia para colaborar na sua campanha em 2022. Em todo caso, se colocar na balança, todas as minhas críticas ao Bolsonaro pesaram 22 gramas, enquanto as que fiz ao Lula foram 13 toneladas.”

Sobre a leitura de que há tentativa de aproximação sua recente com a família Bolsonaro devido a sua campanha, afirmou: “Não existe tentativa de “reaproximação” porque pra se reaproximar de alguém precisa ter se afastado e isso não aconteceu. Seguimos juntos e continuo à disposição dele desde o momento que firmei aliança e o servi.”